40 ANOS DOS I FLORAIS DE CORUMBÁ

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MATÉRIA ENVIADA POR A. A. DE ASSIS - Maringá / PR

Em junho próximo, a história da trova registrará o 40º aniversário dos I Jogos Florais de Corumbá, Mato Grosso do Sul, realizados nos dias 9 a 14 de junho de 1968. Foi, provavelmente, a maior festa de trovas até hoje promovida no Brasil, conforme relatam seus dois grandes incentivadores, Luiz Otávio e J.G. de Araújo Jorge, em artigos publicados, logo após o evento, em revistas do Rio de Janeiro. Transcrevemos a seguir os dois documentos, sugerindo aos estudiosos da trova que os imprimam e arquivem.
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OS FLORAIS DE CORUMBÁ
(Texto de Luiz Otávio)

     Ontem estávamos no extremo oeste brasileiro – na cognominada “Cidade Branca”, Corumbá, onde assistimos, encantados e entusiasmados, aos seus I Jogos Florais. Foram cinco dias inesquecíveis de sonho, de confraternização, de uma hospitalidade carinhosa.
     Partimos do Rio de Janeiro num turbo-hélice japonês, no domingo, 9 de junho. A caravana era formada pelos premiados Durval Mendonça, Colbert Rangel Coelho, Lúcia Lobo Fadigas, Luiz Alves Costa, Elton Carvalho, Rodolpho Abbud e membros da Comissão Julgadora: Margarida Lopes de Almeida, Maria Sabina, Helena Ferraz e o autor destas linhas (Luiz Otávio).
     O primeiro colocado, de Maringá, A. A. de Assis, incorporou-se ao grupo em Campo Grande, em companhia de Ary de Lima (poeta e vereador), representante da Câmara Municipal de Maringá. J. G. de Araújo Jorge (também membro da Comissão Julgadora) seguira por terra, por sofrer de “alergia” aérea...
Cada um de nós – membros dessa comitiva – só teve expressões de encantamento para qualificar a beleza desses festejos tão bem idealizados e organizados pelo distinto casal Dr. Hélio Sachser de Souza, com a cooperação da Prefeitura, do Governo do Estado, da sociedade local, dos clubes, do comércio e indústria, dos Irmãos Chamma, do Exército e Marinha, da imprensa e rádio, da mocidade estudantil e de todo o povo da cidade. Todos, enfim, prestigiaram, ajudaram, e deram a sua presença ativa nas festas dos I Jogos Florais de Corumbá. Para relatar, ainda que resumidamente, todas as solenidades e passeios, para citar todos aqueles que com seu trabalho ou sua gentileza colaboraram para o grande brilho das festas, precisaria escrever várias crônicas.
     Que me relevem, pois, os amigos de Corumbá e os leitores. Assim, faço um breve relato: no aeroporto, aguardavam-nos o governador do estado, o prefeito, a Comissão Central, os membros da Comissão Selecionadora, os trovadores locais, as musas, e inúmeras figuras da sociedade, que, em seus carros, nos levaram ao hotel.
     O almoço foi na casa do casal Lucy-Hélio, e constou de uma caprichada feijoada de autoria da genitora de Dona Lucy.
     À noite, na Praça Dom Bosco, o coral Cecília Meireles iniciou as solenidades com a Oração de São Francisco de Assis, nosso padroeiro, o que muito nos comoveu. A seguir, Gabriel Vandoni de Barros fez o discurso de inauguração do monumento ao corumbaense Pedro de Medeiros, saudando também os trovadores visitantes e exaltando os Jogos Florais. Logo depois, J. G. de Araújo Jorge, em breves palavras, fez uma saudação à cidade, enaltecendo os Jogos Florais e focalizando a beleza daquele espetáculo, com tanto povo em volta de um coreto para assistir à inauguração de um monumento a um poeta e ouvir trovas, sendo, pois, um verdadeiro “Comício de Poesia”. A seguir, os organizadores solicitaram-me que comandasse a apresentação dos trovadores ao povo e também aos ouvintes de duas estações de rádio que transmitiam a festa. Desfilaram os trovadores da comitiva e os locais, cada um dizendo cinco trovas.
No dia seguinte, segunda-feira, 10, fomos visitar a fazenda Itacupê, do sr. Angelito Albaneze, onde nos foi oferecido um churrasco pelo cronista social Admar Amaral. À tarde, fomos visitar o Quartel General da Segunda Brigada Mista, comandada pelo general Mendonça Lima, que, com sua oficialidade, recebeu com grande atenção a caravana dos trovadores. A seguir, visitamos o Museu Regional, uma obra notável de Gabriel Vandoni de Barros. Às vinte horas, houve uma recepção na Câmara Municipal, quando o vereador e trovador Clio Proença saudou os visitantes e, por coincidência, teve sua oração respondida por outro vereador, de Maringá, Ary de Lima. Outros vereadores e trovadores usaram da palavra. A seguir, todos se dirigiram para o navio paraguaio “Presidente Carlos Antonio Lopes”, onde nos foi oferecido um belo banquete, com a presença do prefeito, do cônsul do Paraguai e de outras autoridades. Foi uma bela noite, com poesias ditas pelos trovadores e declamadas por Margarida Lopes de Almeida, Maria Sabina, Lucy Maria Bonilha de Souza e pela musa Nancy Scaffa. Um conjunto paraguaio apresentou belíssimas músicas típicas. Esquecia-me de dizer que pela manhã desse dia fizemos um belo passeio às minas de manganês de Urucum.
     Na terça-feira, dia 11, fomos à Base Naval de Ladário, e assistimos às comemorações do aniversário da Batalha do Riachuelo. A parte da tarde foi ocupada na visita a indústrias locais. À noite fomos convidados pelo comandante da Base Naval de Ladário para a festa e coquetel em comemoração ao Dia da Marinha. Houve danças, e os trovadores apresentaram as suas trovas.
No dia 12, quarta-feira, pela manhã, fomos de ônibus até Puerto Suares, na Bolívia. Na fronteira, tiramos uma fotografia com um pé no Brasil e outro na Bolívia. À tarde, fizemos um belíssimo e agradável passeio pelo rio Paraguai, a bordo de um navio da flotilha. Havia um conjunto orfeônico estudantil, que apresentou vários números, e alunas de colégios de Corumbá e Ladário chegaram a fazer filas para que os trovadores escrevessem trovas nos seus cadernos. À noite, tivemos excelente programa de declamação, de responsabilidade de Lucy Maria Bonilha de Souza, que recebeu de todos os maiores plausos.              
     Inicialmente, foram coroadas as musas pelos trovadores. Na primeira parte, vários grupos, muito bem ensaiados, apresentaram poemas e as trovas vencedoras. Na segunda parte, houve um desafio estilizado, muito bem apresentado por seis pares. Na terceira parte, tivemos a saudação aos visitantes pelo dr. Lécio Gomes de Souza, um poema de exaltação aos Jogos Florais e aos trovadores, por Lucy Maria Bonilha de Souza, e, finalmente, em agradecimento, aos organizadores, e à sociedade que lotava o Corumbaense Futebol Clube, eu disse algumas palavras e apresentei os trovadores, que declamaram suas trovas. Maria Sabina fez um poema para a ocasião, que foi muito aplaudido. Às 23 horas fomos todos homenageados no baile do Riachuelo Futebol Clube.
     No dia 13, pela manhã, assistimos ao desfile escolar-militar pelo transcurso do 101º aniversário da Retomada de Corumbá. Abria o desfile uma grande faixa com saudação aos Jogos Florais. A musa desfilou num carro alegórico que trazia, num enorme quadro, a trova vitoriosa, de A. A. de Assis. Às 11h30, no salão nobre da Prefeitura, com a presença do general comandante da Segunda Brigada Mista, do contra-almirante comandante da Base Naval de Ladário, do bispo, do prefeito, de outras autoridades, de elementos da sociedade local, além dos trovadores, o prefeito saudou os visitantes e, a seguir, como presidente nacional da UBT, instalei oficialmente a UBT de Corumbá, dando posse ao seu presidente, Gabriel Vandoni de Barros. À tarde, alguns trovadores foram ao Clube de Tiro, onde assistiram à prova “I Jogos Florais”, enquanto Colbert, Elton, Rodolpho e eu fizemos um belíssimo vôo de teco-teco, graças à gentileza do comandante Carneiro. À noite, tivemos o Baile das Musas, no Corumbaense Futebol Clube, quando os trovadores visitantes foram homenageados por D. Lucy.
     Na sexta-feira, dia 14, pela manhã, fomos levados por grande caravana ao aeroporto, onde houve trovas improvisadas e lágrimas...
     Tomamos um DC-3 até Campo Grande e, ali, o Caravelle que, a oito mil metros de altura e 850 quilômetros por hora, nos trouxe de volta, tão rapidamente, na ilusão de que poderia voar mais depressa que a saudade que já voava ao nosso lado...
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I JOGOS FLORAIS DE CORUMBÁ

Texto de J. G de Araújo Jorge

     Alegro-me de ter sido o patrono dos I Jogos Florais de Corumbá. Conheci a cidade em novembro de 1967, como convidado especial de D. Lucy Bonilha de Souza para participar do recital de encerramento do seu curso de declamação. Impressionei-me com a participação da sociedade corumbaense numa festa de arte, do mais elevado nível cultural; com o trabalho e a organização do casal Sachser de Souza (dr. Hélio e D. Lucy), e sugeri que poderiam promover em Corumbá os Jogos Florais.
     Qual não foi minha surpresa quando, alguns meses depois, recebo em minha casa, no Rio, a visita dos dois, pondo-me a par da iniciativa, já em plena realização. E o resultado foi o que todos tivemos a oportunidade de constatar, em junho deste ano: os primeiros Jogos Florais de Corumbá se transformaram numa festa da cidade e num verdadeiro sucesso. E nós, que idealizamos os Jogos Florais no Brasil, e deles participamos em tantas outras cidades, podemos testemunhar que os de Corumbá, principalmente pela vibração e pelo interesse popular, tornaram-se os de maior expressão e beleza dentre quantos já se realizaram.
     Em crônica para a revista “Jóia”, do Rio de Janeiro, de agosto deste ano (1968), comentei assim essa festa de poesia:

     A trovite está grassando. Raro é o dia em que não recebo, pelo correio, um livro de quadras. E multiplicam-se os Jogos Florais, baseados quase todos em concursos de trovas. Observa-se, realmente, um verdadeiro surto trovadoresco em todo o país. Aparício Fernandes publicou em dois grossos tomos oito mil trovas, de oitocentos poetas brasileiros. Eno Theodoro Wanke vem procurando fixar sua história e desenvolvimento: “o trovismo é o primeiro movimento poético surgido no Brasil, depois do modernismo de 1922” (...).
     Eis um aspecto importante do movimento trovadoresco: a reconciliação da poesia com o povo. A trova é um gênero literário eminentemente popular, primeira manifestação de poesia, simples, musical, comunicativa. Seus cultores estão repondo, de certo modo, nossa poesia em sua tradição: não se envergonham de usar um idioma acessível; de poderem ser ouvidos e compreendidos. Não passam por gênios, não fabricam charadas, não se fecham nos sótãos obscuros de esdrúxulas construções verbais (...).
     Escrevo estas palavras no justo momento em que acabo de voltar dos Jogos Florais de Corumbá.
Aqui no Rio, em 1959, a Casa da Bahia, por sugestão do seu secretário, o trovador e baianíssimo Jaime de Faria Goes, meu querido amigo já desaparecido, realizou um concurso de trovas cujo tema era “a boa terra”. Interessando-me pelo mesmo, saí vencedor. Eis a trova que fez a mágica:
Ladeira, praia, coqueiros,
igrejas, lendas, poesia,
cais do Mercado – saveiros...
– Natal da pátria: Bahia!
     Na viagem, eu e Luiz Otávio, outro dos vencedores, imaginamos o renascimento dos Jogos Florais no Brasil, e escolhemos Friburgo para o lançamento da idéia. De lá para cá, cerca de cem cidades brasileiras já realizaram Jogos Florais, e Friburgo programou com as festas do seu sesquicentenário, este ano (1968), os seus IX Jogos Florais.
A maior prova do sucesso absoluto da iniciativa positivou-se, agora, com os I Jogos Florais de Corumbá, na fronteira oeste do Brasil, de onde estou chegando. E valeu a pena o longo passeio. Corumbá é, por si só, uma bela surpresa para o visitante. Como não viajo de avião, fui mesmo de ônibus e de trem. Mas não me arrependi da esticada até os confins da pátria, nos limites com a Bolívia. Eta Brasil grande! Até Bauru segui de ônibus; de lá, pela Noroeste, de trem, até Corumbá. Dois dias e uma noite de viagem.
Corumbá engalanou-se toda para os festejos. Pelas ruas e praças havia faixas coloridas saudando os trovadores. É uma cidade clara, limpa, bem traçada, com modernos edifícios. Possui jornais diários, duas estações de rádio, uma faculdade, e precisa apenas de uma rodovia para romper seu isolamento e expandir-se. Contornando a cidade, à distância, a serra do Urucum, toda de manganês e ferro (...). Na frente está o rio Paraguai, que faz um S caprichoso diante da cidade, como quem não quer ir-se embora. Mais abaixo, a Base Naval de Ladário, com suas tradições históricas (...).
O povo corumbaense lembra muito o carioca, pela alegria, cordialidade, sem bairrismos estreitos, hospitaleiro. Corumbá, “Cidade Branca”, como a chamou o poeta maior Pedro de Medeiros, repousa sobre um vasto e alvo lençol de calcáreo, que desponta aqui e ali manchando o chão, e que se pode ver, nos cortes do morro, quando se chega à cidade pelo rio. Então, parece uma Bahia fluvial, com cidade baixa e alta: uma rente ao cais, com sobradões coloniais e armazéns; outra no alto, por trás do renque de palmeiras imperiais perfiladas na Avenida Marechal Rondon. E dá vontade de repetir, como na canção dedicada à Bahia: “Você já foi a Corumbá? Não? Então vá!”
Durante uma semana, Corumbá, o Governo do Estado, a Prefeitura, autoridades civis e militares, industriais, comerciantes, o povo, todos participaram das festas do I Jogos Florais.
Espetáculo inacreditável – e eu diria inédito se não tivesse assistido a outro semelhante em Maringá – foi o daquela praça lotada de povo, ouvindo e vibrando com as apresentações de trovadores, naquilo que chamei de verdadeiro “comício de poesia”.
Ponto culminante dos festejos foi o grande recital, promovido por D. Lucy Bonilha de Souza, quando foram coroadas as nove musas, e entregues os prêmios e troféus aos vencedores.
Num mundo triste e conturbado, agitado por ódios e violências, vale a pena ressaltar uns claros e poucos momentos de amor e poesia. Corumbá está de parabéns pela demonstração de sensibilidade e inteligência de seu povo. De certa forma os Jogos Florais correspondem ao grito de paz da mocidade, com o seu “The Flower Power”. E não encontro melhor fecho para esta crônica do que a trova de Antonio Augusto de Assis, trovador de Maringá, que obteve o primeiro lugar, quando louva a missão dos poetas:

Num tempo em que tanta guerra
enche o mundo de terror,
benditos os que, na Terra,
semeiam versos de amor!
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I Jogos Florais de Corumbá

Realização: 09 a 14 de junho de 1968
Presidente de honra: prefeito Breno de Medeiros Guimarães
Presidente da Comissão Central Organizadora: Lécio Gomes de Souza
Patrono: J. G. de Araújo Jorge
Grande homenagem: Luiz Otávio
Patrocinadores: Governo do Estado (governador Pedro Pedrossian); Prefeitura Municipal de Corumbá; industriais Irmãos Chamma; Curso de Declamação “Maria Sabina” (direção Lucy Maria Bonilha de Souza)
Comissão Selecionadora em Corumbá: Alceste de Castro, Carlos de Castro Brasil, Clio Proença, Gabriel Vandoni de Barros, Lécio Gomes de Souza, Magali de Souza Baruki, Osório Gomes de Barros
Comissão Julgadora no Rio de Janeiro: Helena Ferraz, J. G. de Araújo Jorge, Luiz Otávio, Margarida Lopes de Almeida, Maria Sabina, Murilo Araújo
Musa: Nancy Scaffa
Processo de julgamento: Dentre as mais de 3 mil trovas recebidas de todo o Brasil, foram selecionadas pela Comissão de Corumbá as 100 finalistas, as quais foram encaminhadas à Comissão Julgadora do Rio de Janeiro, para a classificação final.

Vencedores

1º lugar
Num tempo em que tanta guerra
enche o mundo de terror,
benditos os que, na Terra,
semeiam versos de amor!
A. A. de Assis (Maringá)

2º lugar
Este amor, grande e profundo,
feito de paz e verdade,
dá-me, segundo a segundo,
um sabor de eternidade.
Durval Mendonça (Rio)

3º lugar
Decantado eternamente,
o amor em tudo figura:
– ora é bem que cura a gente,
ora é mal que não tem cura...
Agmar Murgel Dutra (Rio)

4º lugar
Entre nós dois, volta e meia,
ao amor fazendo jus,
muita coisa se clareia
quando a gente apaga a luz...
Colbert Rangel Coelho (Rio)

5º lugar
De gota em gota, pingando,
sem ver que a chuva parou,
goteira é a casa chorando
porque você não voltou.
Rubens de Castro (Corumbá)

6º lugar
O meu velho amor tristonho
é como nave perdida
pelo Mar-Morto do sonho,
pelo Mar-Negro da vida...
Vasco de Castro Lima (Rio)

7º lugar
Miséria de pão maltrata...
Mas quanta gente, Senhor,
sabeis que morre ou se mata
quando há miséria de amor!
Lilinha Fernandes (Rio)

8º lugar
Naquele quarto onde outrora
nosso amor viveu... sonhou...
sua boneca que chora,
me vendo triste... chorou!
Rubens de Castro (Corumbá)

9º lugar
Faz-se tarde... A noite é plena...
Suspiros de amor... Inverna.
– Tu nos meus braços... É pena
que a noite não seja eterna!
David de Araújo (Santos)

10º lugar
Quando começa o fragor
e a guerra acende a centelha,
há sempre um gesto de amor
nos braços da Cruz Vermelha.
Durval Mendonça (Rio)

Menções Honrosas

11º lugar
Um grande amor, palpitante
de vida e de sonho, é assim:
nasce, às vezes, num instante
e depois não tem mais fim.
Walter Waeny (Santos)

12º lugar
Não quero a glória que passa,
nem beleza nem dinheiro;
quero o brilhante, sem jaça,
de um grande amor verdadeiro!
Lúcia Lobo Fadigas (Rio)

13º lugar
Vendendo amor, esquecida
por essas ruas além,
vive a moça que, na vida,
não teve amor de ninguém!
Alves Costa (Rio)

14º lugar
Sou nau de leme partido,
galho sem folha nem flor,
que a vida perde o sentido
quando se perde um amor...
Elton Carvalho (Rio)

15º lugar
Não graves, na árvore, as formas
de um coração, por favor:
numa ferida transformas
o emblema de nosso amor.
Walter Waeny (Santos)

16º lugar
Ao que pede, à tua porta,
dá, também, tua afeição!
Um pouco de amor conforta
mais que um pedaço de pão!
Rodolpho Abbud (Nova Friburgo)

17º lugar
Numa alegria incontida,
vivemos um sonho em flor:
eu sou toda a tua vida,
tu és todo o meu amor!
Aparício Fernandes (Rio)

18º lugar
Ela de amor não se farta,
e comovido hoje vejo
que o final da sua carta,
em vez de um ponto, era um beijo.
Adhemar Mendonça (Juiz de Fora)

19º lugar
Você partiu... quantos anos...
nem sei se o mundo parou!...
E, apesar dos desenganos,
você partindo... ficou!
Rubens de Castro (Corumbá)

20º lugar
Ponho meus olhos no espaço
e tropeço entre as estrelas.
Penso em ti: entre elas passo
e nem sequer chego a vê-las.
Maria Thereza Cavalheiro (São Paulo)

Outros semifinalistas – Além dos 20 trovadores premiados (cujas trovas foram transcritas acima), figuram também na relação dos semifinalistas os seguintes (alguns com mais de uma trova): Alfredo de Castro (Pouso Alegre), Andrônica Pereira Moura (Rio), Araife David (Taubaté), Aristheu Bulhões (Santos), Aristides José de Campos (São Paulo), Carlos Guimarães (Rio), Carolina Azevedo de Castro (Petrópolis), Carolina Ramos (Santos), Cesídio Ambrogi (Taubaté), Constantino Gonçalves (Campos dos Goytacazes), De Paula Mádia (Taubaté), Eno Theodoro Wanke (Santos), Geraldo Pimenta de Moraes (Pouso Alegre), Idália Krau (Rio), Isabel Cholby Santos (Santos), Jenny Teixeira Gomes (Bauru), Jorge Beltrão (Pouso Alegre), Jorge Rocha (Rio), José Coelho de Babo (Nova Friburgo), Joubert de Araújo Silva (Rio), Júlio de Mello e Silva (Itaquera), Magdalena Léa (Rio), Maria Idalina Jacobina (Rio), Marília Fairbanks Maciel (São Paulo), Marina Tricânico (São Paulo), Octávio Babo Filho (Rio), P. de Petrus (Rio), Roberto Medeiros (Juiz de Fora), Severina Dumas Cavalcanti (Campos dos Goytacazes), Sinval E. da Cruz (Juiz de Fora), Sidney G. Wyss Barreto (Rio Claro), Têula Athayde de Souza Dias (Belo Horizonte), Vera Azevedo de Castro (Petrópolis), Wandisley Garcia (Jales), Wilson Montemor (Resende).