Adilson de Paula

Paquerador, mas casado,
da aliança faz segredo.
Sai por aí, o safado,
com um “bandeide” no dedo...

Saboreando a lembrança     (M. Honrosa Cornélio Procópio 1996)
das artes de um meninote,
me sinto outra vez criança
roubando doces de um pote.

Lembrança de amor distante       (M. Honrosa Cornélio Procópio 1996)
é sempre dor repetida,
que transforma cada instante
no instante da despedida.

 Na infância a sorte que eu tinha      (Vencedora Cornélio Procópio 1996)
tendo uma prima tão pura,
é que ela nunca mantinha
a chave na fechadura.

Tua demora é medida     (Vencedora Bandeirantes 2005) 
no relógio das saudades;
cada minuto é uma vida
com sessenta eternidades.