Ariete Regina - Rio de Janeiro

          Nem todos têm o privilégio de dizer: "minha avó era a Raínha da Trova". Mas ARIETE REGINA CORREIA pode dizer com todas as letras. Sua avó é nada menos do que Lilinha Fernandes, e foi com a avó que ela começou a "trovar". Nascida na "Cidade Maravilhosa", em 01 de janeiro de 1943, filha de Arício Fernandes e Odete de Paula Fernandes. E, o que é mais importante: Ariete faz trovas até hoje.  Isso vicia, gente!
 

 

Perder-te é morrer. Eu disse,
e até jurei isso a ti.
E, embora não te mentisse,
foste embora e eu não morri...

A saudade tem tal arte,
é, em bondade, tão rica,
que não despreza quem parte,
nem abandona quem fica!

Porque o amor fere, envenena,
os corações descuidados,
é que eu tenho tanta pena
dos ingênuos namorados.

Tendo a esperança consigo,
- minha razão é quem diz -
até o próprio mendigo
é um desgraçado feliz.

De manhã, quando desperta,
o sol, vermelho e bonito,
parece uma rosa aberta
no roseiral do Infinito.

Não sei de maior tristeza,
nem sabe alguém, ou traduz,
que a de Maria indefesa
ao ver Seu filho na cruz!

Para amenizar meu pranto,
mágoas velhas, dores novas,
deu-me Deus o doce encanto
de chorar fazendo trovas!

Sou amada e sou feliz!
Amo e em venturas me inundo!
O amor é a força motriz
de todo o bem que há no mundo!

Feliz Natal! Você diz...
Que ironia desmedida!
- Como posso ser feliz
sem você na minha vida?

Sorri meu sorriso inteiro,
quando vi o ramalhete,
dei gorjeta ao mensageiro
e chorei lendo o bilhete!