Augusta Campos - Juazeiro do Norte // Rio de Janeiro

    

AUGUSTA Batista CAMPOS nasceu na cidade de *Juazeiro do Norte, Ceará, em 13 de Julho de 1919. Cursou a Escola Normal D. Pedro II em Fortaleza onde formou-se em Filosofia. Já em Fortaleza, Augusta Campos ingressou na Casa de Cultura Juvenal Galeno de onde foi correspondente no Rio de Janeiro. Foi na Casa de JG que Augusta Campos acelerou sua vida literaria.
     Faleceu aos 31 dias do mês de Agosto de 2009  em Sao Gonçalo, no Rio de Janeiro. 
     Augusta Campos publicou os seguintes livros:
 
RONDO (trovas)
ZABUMBA e CANTIGAS DA LUA NOVA (trovas)
HORA PRESENTE e CANTARES (poesias)
INSTANTANEOS (cronicas)
 
     Ocupou a cadeira numero dois da Academia Nacional de Letras e Artes - patrona ESTHER SALGADO.  Em meados da decada de 40 emigrou para o Rio de Janeiro, passando antes por Salvador, onde morou pouco mais de um ano. 

 

 

A mulher tem, geralmente,
três idades, a saber:
a verdadeira, a aparente
e a que costuma dizer...

Cada palavra relida                       (trova nº 191 do livro "Meus irmãos, os Trovadores")
da carta que alguém nos fez,
é um pedacinho da vida
que a gente vive outra vez.

Da minha vida, a metade,
levaste, sem compaixão.
Ficou-me o resto - a saudade        (Nova Friburgo1961)
num resto de coração.

Tem sete letras meu nome.
Ah, que triste afinidade:
- este mal que me consome
também tem sete - saudade.

Se fracassa a humanidade,
é por viver esquecida
de buscar felicidade
nas coisas simples da vida.

Tenho duas belas provas
de que Deus muito me quer:
deu-me o dom de fazer trovas
e me fez nascer mulher.

A paixao, na alma guardada,
expandirse parecia,
naquela rosa encarnada
que ao peito a moca trazia.

A noite ensombrando o asfalto,
alem do asfalto, a favela.
Uma igrejinha la no alto
e o crepusculo atras dela.

Eu nada exijo da vida,
ela me traz o que quer.
Mas dou a mixima acolhida
a tudo que ela trouxer.

Confesso, embora com medo,
que a coisa melhor da vida
é beijo dado em segredo
numa boca proibida.

Sem razão tu me censuras.
De rir, às vezes, preciso.
Que sabes das amarguras
que escondo por trás do riso?...

Li teus versos. Que delícia!
Depois sonhei que tu vinhas
guardar, em doce carícia,
tuas mãos dentro das minhas.

Estava chuvoso o dia
e veio o sol de repente,
assim como uma alegria
entrando na alma da gente.

Não deixes que te apoquente
o que passado já está.
Cuida bem do teu presente,
do porvir Deus cuidará.

OBS: (convertida para o italiano, por Carmen Sala, ficou assim a trova acima:
Non lasciar che ti tormente
del passato quel che sta.
Ti cura ben del presente,
al doman, Dio pensera.

 

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NOTA: os dados biográficos acima nos foram enviados pelo sobrinho da ilustre poetisa, Giovanni Romanholi, residente em Sandwich, no estado de Massachusetts, USA. (na foto, ao lado da tia, em janeiro de 2009, meses antes dela falecer). Na 1ª foto, Augusta Campos com 89 anos; na 1ª, no auge de seus 20 anos.
*Minha tia Augusta era prima segunda de Pe. Cicero Romão Batista, o qual era primo legitimo de minha avó Blandina, mãe de Augusta Campos. Tia Augusta teve o privilegio de conhecer e conviver com o famoso primo" . Disse o sobrinho.