BessanT (Nélio B. Santos)

Imagem removida.BESSANT, nome artístico adotado por esse inspirado poeta de Pindamonhangaba que, além de "poetar', maneja o violão e canta com a mesma facilidade.  Fã de Orlando Brito, Waldir Neves e tantos outros trovadores de primeira linha do cenário brasileiro, tem elevado o nome do município a elevados patamares.
Quarto filho (de uma prole de cinco) do seu Zé e da Dona Didi, nasceu na Praça de Santana, em Roseira - SP, às cinco horas da tarde terceiro dia do quarto mês do ano de hum mil, novecentos e quarenta e oito. Muito cedo, aos três anos de idade, veio com a familia residir em Pinda, de onde não mais saiu. Por aqui fez o curso primário, o ginasial e ameaçou cursar Direito na Unitau. Foi colaborador dos jornais "Tribuna do Norte" (nos tempos idos de Orlando Brito), e "7 Dias" (do Anibal Leite de Abreu). Foi mililtar de carreira, sendo soldado e cabo no 2o. BECmb, e Sargento, no 1o. do 6o. Regimento de Infantaria, em Caçapava.  

 

Vivo a vida bem vivida,
cantando, que a vida é breve,
feliz vou levando a vida,
antes que a vida me leve...
 

Pedinte, mão estendida,
onde a igualdade se ausenta,     (9º Lugar Curitiba 2020)
vive a vida sem ter vida,
só de sonhos se alimenta. 

"Cuidai dos meus pequeninos!"     (12º Lugar Curitiba 2020)
Não há rogo mais profundo.
E o maior dos desatinos
é condená-los ao mundo. 

Na cabeceira da mesa,
onde ele, idoso, reinava,
hoje se assenta a tristeza,      (covencedora em Niterói 2020)  
onde meu velho sentava.

Não há, no mundo, desdouro,     (M. Honrosa Porto Alegre 2019)
mal maior ou mais profundo,
do que vender-se por ouro
à custa do mal do mundo.

Do meu cinema de outrora,     (3º lugar Juiz de Fora 2018)
quanta saudade me vem...
foi-se o bom tempo e eu, agora,
sou filme velho, também!

Em sol maior e com primas,     (covencedor Niterói 2018)
ao meu amor eu dou prova,
que é do bom uso das rimas,
que nasce a mais bela trova...

Derrotas eu não aceito:
nunca fui, delas, freguês!
Quando caio estufo o peito     (covencedora em Pinda 2018)
e vou à luta outra vez! 

É de derrota, fracasso,
que a minha vida, hoje, é feita.     (covencedora em Pinda 2018)
Mas, teimoso, acerto o passo,
e logo a vida se ajeita.
 
Meu caminho, antes tão calmo,     (M. Honrosa Natal/RN 2017)
hoje enfrenta os embaraços,
por seguir, palmo por palmo,
o caminho dos teus braços.
 
Das doçuras que conheço,     (9º lugar Campos Goytacazes 2017)
uma só me satisfaz:
o beijo que eu nem mereço,
mas, que ainda assim, tu me dás.
 
Lenhador, o lenho é duro,
e a seiva que dele escorre,     (1º lugar Caicó 2015)
é o teu choro no futuro,
pelo verde que hoje morre!
 
Minhas mãos passeiam tensas     (M. Honrosa Nova Friburgo 2014)
na candura do teu seio.
Elas passeiam, tu pensas;
Eu não penso... só passeio!
 
O que renuncia à luta,
sem, sequer, querer tentar,     (6º lugar Montes Claros 2011)
não vê que a vida é labuta
e que viver... é lutar...

Ninguém leva, na partida,       (Menção Especial em Pinda - 2010)
qualquer bem material;
a experiência de uma vida
não se mede em vil metal. 

Toda lembrança que eu trago     (Vencedora em Taubaté - 2010)

da distante mocidade,

é, para mim, como afago

que o tempo faz na saudade. 

O conhaque, é bem verdade,     (3º lugar Campos / RJ 2009)
levanta mesmo a moral
daqueles que estão na idade
de bandeira a meio pau.

Mata adentro, vida afora,     (MH Taubaté 11.10.08)
eis o tropeiro na luta,
gravando, à força da espora,
histórias na serra bruta.

Quando, dengosa, tu piscas     (M.H.Confraternização 2008)
os teus olhinhos assim,
não precisas de outras iscas,
esse anzol cuida de mim...

Faze da vida, sem pressa,     (-3º lugar CAICÓ/RN – 2008 )
um constante aprendizado;
cada estrada só começa
no primeiro passo dado!

Das armas que usa o Cupido     (Venc. Pinda 2008)
ao mirar um coração,
o dardo mais conhecido
tem por nome...sedução.

A sedução, substantivo     (M.Especial Pinda 2008)
feminino, singular,
fez meu coração cativo,
escravo do verbo amar.

Ganha mais luz, o meu dia,     (2º lugar-C.Relâmpago Friburgo 2008)
mil cores, beleza, enfim,
seu eu abro o peito, e a poesia,
faz o seu refúgio em mim.

Juntando à argila amassada,
amor, desvelo e carinho,
desse pouco, quase nada, (M.H. Bandeirantes/2007)
João-de-barro faz seu ninho.

Folha em branco à minha frente,
inquisidora, calada,
como a esperar que eu invente (M.H. Intersedes-RJ / 2007)
um verso, uma trova...e nada !

Um anjo bem pequenino,
que passa a vida escondido,
de todos rege o destino,
o nome dele ? Cupido !

Sublime epílogo eu vejo,
por tudo que o amor produz:
onde as trevas têm ensejo,     (M.H. Pindamonhangaba/2007)
que as trovas levem a luz.

Ensina-nos São Francisco,
em oração ao Senhor:
- Onde a treva for um risco, (M.E. Pindamonhangaba/2007)
faz que eu leve a luz do amor.

O planeta está fadado
a sumir completamente,
pois a força do machado (1o. lugar em ATRN - Natal / 2007)
já supera a da semente.

Uma bacia de lata
sem ter popa, sem ter proa...
Bandeira negra, pirata,
nau - menino em sonho voa !

Nesta minha vida incerta
que chega, veloz, ao fim,
uma criança desperta,
o palhaço que há em mim...

Sou operário das artes,
a poesia é o meu labor.
Ao juntar, do amor, as partes,
eu me faço um trovador.

Em meu peito trago o luto
e é tão grande a dor que eu trago,
que contra a tristeza eu luto,
afogando-a em mais um trago.

HUMOR

Dei azar, entrei no expurgo     (2º lugar Nova Friburgo 2020)
e, agora, meu erro dói:
fiz a trova pra Friburgo
e mandei pra Niterói!
 
Não sei se azarado ou besta,     (5º lugar Nova Friburgo 2020)
o pivô do time gringo,
fez o arremesso na cesta,
mas só caiu no domingo!

Que azar! Achou cinquentinha,      (M.Honrosa Petrópolis 2020)
órfão, no bolso de trás... 
Grita, a mulher, da cozinha:
- Marido, acabou o gás!  

Pergunta, a beata ao padre,
no meio da confissão:
- Se o Tonho é meio compadre,     (1º Lugar Recife 2020)
conta meia traição?

A velha sopra a velinha     (3º lugar Vila Velha 2018)
sem o devido cuidado
e o “sorriso” da velhinha
fica, no bolo, encravado. 
 
Museu... A velha já torta,
vai, bem catita, saindo:
barra-lhe o guarda na porta:    (4º lugar Vila Velha 2018)
- Pega! O acervo tá fugindo!

Não paga mico, a vizinha,
pois quando o marido sai,     (Menção Especial 2008 MAGÉ)
sabendo que está sozinha,
vai pra rua... e vai que vai !

 Ao vê-lo sem dentadura,     (Maranguape 2008)
diz a netinha sapeca:
- Vovó, o meu avô Jura
está com a boca careca!

A chama que antigamente
fazia o orgulho do Zé,
hoje, em dia, raramente     (M. Especial Sete Lagoas 2007)
lhe põe o pavio em pé.