Carolina Azevedo de Castro - Recife

     CAROLINA AZEVEDO DE CASTRO  nasceu em Recife no dia 27 de outubro de 1909, filha de Antonio Fernandes de Azevedo e Jovita Guimarães de Azevedo. Era radicada em Petrópolis/RJ, para onde mudou-se, já depois de casada com Francisco Corrêa de Castro.  Foi a primeira presidente da seção municipal do Grêmio Brasileiro de Trovadores=GBT que viria, depois, a tornar-se UBT. Autora dos livros: "Imagens que Ficaram" e "Plumas ao Vento". Em 1977 mudou-se com a família para Curitiba, onde veio a falecer. Foi sepultada no mesmo cemitério de outro pernambucano trovador, o célebre Barreto Coutinho, autor de "Eu vi minha mãe rezando...".

Sou austera e destemida
quando o momento requer;
mas nos teus braços, vencida,
sou simplesmente mulher...

Quanto esta vida seria
difícil de suportar,
se não fosse essa mania
que a gente tem de sonhar!

Receberás em venturas
a bondade que semeias.
- Deus faz questão de mãos puras,
não daquelas que estão cheias.

Quantas vezes, sem maldade,
dizemos que estamos sós...
E é quando Deus, na verdade,
está mais perto de nós!

Um carro de boi gemendo,      (Nova Friburgo - 1961)
um longo apito de trem,
uma porteira rangendo,
isto é saudade também!

Não é quando vais embora     (Nova Friburgo - 1962)
que tenho ciúmes assim,
é quando estás como agora,
pensativo, junto a mim.

Despertei sobressaltada
ouvindo-o dizer: "meu bem!"
Pus-me a escutá-lo, intrigada:
ele sonha... mas com quem?

Oh! que saudades que eu tenho,
ao ver um canavial,
do gostoso mel de engenho
da minha terra natal!...

A casinha... o verde monte...
o caminho... a velha estância...       (co-vencedora em Niterói - 1972)
Mas... que fizeram da ponte
onde eu pescava, na infância?...

Há três coisas que a mulher
consegue fazer de um nada;
- uma intriguinha qualquer,
um chapéu e uma salada!...