Cidoca da Silva Velho (Jundiaí, via São Luiz do Paraitinga)

     MARIA CAMPOS DA SILVA VELHO (Cidoca) é de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraiba, onde nasceu a 15 de agosto de 1920, filha de Joaquim Pereira de Campos e de Maria Theodora Pereira de Campos,tendo residido em outros locais e fixado domicílio em Jundiaí. Viúva do também poeta, Cel. RenéImagem removida. da Silva Velho. De descendência portuguesa, é sobrinha/neta de duas baronesas e prima do Barão de Paraitinga. Obras publicadas: "Cantigas do Entardecer (trovas), "Martins Fontes - Sua vida e sua obra" (Biografia), "Esteira de Luz" (poesia e trova).  Uma das mais antigas trovadoras em atividade no Brasil. Titular da cadeira 24 da Academia Pindamonhangabense de Letras e da cadeira 28 da Academia de Letras de Campos do Jordão.
Faleceu no dia 07 de maio de 2015, em Jundiaí/SP, onde residia, há alguns anos.

PENUMBRA
Mais vale a luz da quimera,
que ilumina uma esperança,                 (M. Especial Niterói 2007)
que os sonhos mortos da espera,
na penumbra da lembrança.

SEMBLANTE
Quando de mim te aproximas,              (Venc. Bandeirantes 2000)
com semblante sonhador,
minha alma flutua em rimas,
compondo versos de amor!

MENTIRA -                                      Vencedora Elos Clube SP 2000
Tu mentes e eu te proponho
que continues mentindo,
pois alimentas meu sonho
e eu finjo que estou dormindo...

No deslize descuidado,
ainda que reste o amor,
reflete o cristal trincado,                   (Vencedor Guaxupé 1999)
que perdeu o seu valor!

No meio termo acharemos
a virtude, a temperança...
Porque jamais nos extremos       (2º lugar em São Bernardo do Campo - 1985)
fica o fiel da balança!

Toda mãe é para o filho
como a luz que se propaga:         (2º lugar em Natal/RN - 1991)
só se avalia o seu brilho!
quando a luz, por fim, se apaga!

Na paisagem dos meus sonhos,       (2º lugar em Ribeirão Preto - 1975)
em lagoa adormecida,
brilham dois olhos tristonhos
de uma "Iara" em minha vida.

A seresta enluarada,
velhos tempos despertando,
faz da saudade uma estrada
por onde sigo cantando...

Mãos de Mãe, envelhecidas,
Pelo labor que enobrece,
são como conchas unidas,
na ternura de uma prece.

Toda essa felicidade
que procuras por aí,
encontrarás na verdade,
dentro, bem dentro de ti.

O tempo é lento na espera,
longo, se uma dor persiste,
é breve numa quimera...
para quem ama, inexiste!

Tua imagem refletida
nos meus olhos tão tristonhos,
permanece em minha vida,
no remanso dos meus sonhos.