FERNANDO Sílvio Roque de VASCONCELOS nasceu em Diamantina/MG em 02 de setembro de 1937, filho de Sandoval Roque dos Santos e Maria de Lurdes de Vasconcelos Roque. Jornalista e publicitário radicado em Ponta Grossa/PR onde recebeu, entre várias homenagens, o título de "Cidadão Ponta-Grossense" em 1979. Mais de uma dezena de livros publicados, entre eles: "Estou Nascendo Para a Trova - 1994 e "Branduras" - 2007. Falecido em Ponta Grossa, em 17.04.2010.
O homem, depois da " jornada ",
vê que a ventura ficou
nos pedacinhos de nada (Menção Honrosa Pirapetinga 2003)
sobre os quais ele pisou.
Tanta impunidade, sei,
não deixa choro nem vela...
É claro que existe lei,
mas tem gente acima dela.
Lembra minha alma sozinha,
bem no finzinho da tarde,
toada de uma rolinha,
a reclamar da saudade!
É cada estrela cadente,
tendo o seu curto escarcéu,
um traço fosforescente
com que Deus rabisca o céu!
Se na aflição se padece,
busque em Deus a solução...
A calma do céu nos desce,
no intercâmbio da oração.
Minha lembrança não erra,
quando busca e ainda vê
a velha trilha de terra
que desemboca em você.
Há o cão de um meu parente,
cujo jeitinho eu abono,
que parece ser mais gente
do que o "bicho" que é seu dono!
A sina da fazendeira
foi triste, eu cá não a invejo:
descuidou-se da porteira,
sua vaca foi pro brejo!
Zé, em dormir, punha empenho
e, na preguiça profunda,
da rede tinha o desenho
tatuado na cacunda!
Vou morder, em meio às juras,
sem te dar qualquer aviso,
as pitanguinhas maduras
que cercam o teu sorriso!
Às vezes, levando a carga,
um dilema me domina...
Não sei se a calça é que é larga
ou se a perna é que está fina!
Lindas estrelas acesas,
quadro que prende e seduz...
É Deus criando belezas,
num alfabeto de luz!