Geraldo Pimenta de Moraes - S. Paulo

     GERALDO PIMENTA DE MORAES  nasceu em São Sebastião do Paraíso/MG, no dia 19 de setembro de 1913, filho de Francisco Pimenta de Moraes e Antonieta Cosmina de Moraes. Oficial do Exército, morou por muito tempo em Pouso Alegre, à Rua das Papoulas, 90 e, depois, em São Paulo, à Rua José de Oliveira, 1080, no Bairro Imirim-Santana. Foi um trovador de largos recursos.

Deus, jardineiro da Terra,
Tu, que tanto amor nos dás,
planta, nos campos da guerra,
os lírios brancos da paz!

Ó Vida, por que tu expandes
o amargor dos teus venenos,
impondo males tão grandes
a corações tão pequenos?

Esperança - bem que enleva     (Pouso Alegre 1961)
nossa vida, no presente;
- um raio de luz na treva
do incerto amanhã da gente.

Esperança: - benfazeja             (Pouso Alegre 1961)
visão de um doce porvir -
algo bom que se deseja;
que pode vir ou não vir.

Aquele que ri de um triste
não se lembra, com certeza,      (9º lugar em Cachoeiras de Macacu - 1976)
do curto espaço que existe
entre a alegria e a tristeza.

No seu mundo de esperança,     (12º lugar Bandeirantes 1979)
muito engraçadinha e calma,
pergunta, séria, a criança:
- boneca, mamãe, tem alma?...

Quando escondo meu lamento,     (6º lugar Bandeirantes 1980)
fingindo que eu sou ditoso,
sem querer, ante o tormento,
cai-me o pranto... de teimoso!

Gente existe que, com calma,      (Venc. S.João Boa Vista-1991)
disfarçando o seu desgosto,
tendo a noite dentro d'alma,
mostra auroras no seu rosto!

Tudo aquilo que nós temos
não é tão belo e risonho.
Melhor mesmo é o que queremos,
sem jamais passar de sonho...

Se vendesses teu carinho,
teu carinho que é tão doce,
comprá-lo-ia inteirinho,
por qualquer preço que fosse...

Mulher bela, indiferente,
é como a sorte fugaz:
- Quanto mais foge da gente,
mais a gente corre atrás...

Quem no seu sonho acredita
vive ditoso e risonho.
- A verdade mais bonita
não vale o enlevo de um sonho...

O que me nega a existência
de venturoso e risonho,
devagar e com paciência
eu lhe vou roubando em sonho...

 

          HUMOR

Nos candomblés se descobre   (M.Especial S.Bernardo Campo-1980)
ao som louco do zabumba,
que a discoteca de pobre
é o terreiro de macumba...

Mesmo morta a Conceição,    (M.Honrosa Nova Friburgo-1984)
o Zé diz, com ciúme dela:
- Cheguem perto do caixão
mas não ponham a mão nela!...