ADELIR COELHO MACHADO nasceu em São Gonçalo/RJ, em 17 de fevereiro de 1928, filha de Sergelino Mendes Machado e Perina Coelho Machado. Foi Professora e Bibliotecária. Publicou, entre outros, o livro de trovas "Para Ninar a Insônia". Era casada com Antonio Bispo dos Santos. Faleceu em janeiro de 2003, em Niterói, onde residia, às vesperas de completar 75 anos.
Acumulando jornadas,
hoje sigo as fantasias
que vestem de madrugadas
as minhas noites vazias!...
Apagada a mocidade,
no carvão encontro meios
de, entre as cinzas da saudade, (copiada do site "Alma de Poeta")
acender meus devaneios!
A droga é falsa ilusão
no torneio dos fracassos... (copiada do site "Alma de Poeta")
Tira a vergonha, a razão,
e arrasta a vida aos pedaços.
Imortal sempre serei
na saudade e nos afetos
dos filhos que ao mundo dei
e na vida dos meus netos.
Ante um transe tão profundo,
o próprio Deus, de mãos postas,
pede perdão para um mundo
de mensagens sem respostas.
Meu laçarote de fita
que o tempo fez em retalhos
prende uma infância infinita
nos meus cabelos grisalhos.
Nosso grisalho carinho
é bênção que Deus nos deu: (M. Especial em São jerônimo da Serra - 1992)
és presença em meu caminho,
eu sou presença no teu!
Em teus braços me abandono...
O teu amor é guarida
e folha verde de outono
no verão da minha vida.
Para que contar invernos?
Do tempo vivo à mercê.
Quero que sejam eternos
meus momentos com você.
Enquanto vibra o universo,
o mar-poeta se enleia
pelo acalanto de um verso
que o sol escreve na areia.
Rezar é belo, criança,
não há mistérios na prece...
Deus dá o pão da esperança
enquanto o trigo não cresce!
Não revido esta invernia
da minha alma anoitecida.
Tenho uma estrela vadia
me aquecendo o céu da vida.
Procurando coisa alguma,
meu sonho sempre se alteia...
Faz com pilastras de espuma,
os meus castelos de areia!...
Teu beijo - doce quentão -
é vício que não supero.
Me embriaga de emoção...
Quanto mais bebo, mais quero!...
Se meu sonho, na lembrança,
foi ponte que se desfez,
estendo o braço à esperança
e faço a ponte outra vez!
ALGUMAS DE HUMOR
...Não ventava, nem chovia.
Tudo silêncio, asseguro...
Somente a rede gemia
naquele quartinho escuro!!!
Foi no trem que a moça disse
com seus "ares" de tolinha:
- Se tentar uma tolice,
eu não chego ao fim da linha!!!
A empregada de hoje em dia
quando vai para o fogão,
cozinha em banho-maria
as cantadas do patrão!!!
Tanta falta de capricho!
Outra vez está de porre?
Fui ao bar matar o bicho...
Mas o danado não morre!!!