ALAIR ALMEIDA nasceu em Engº Navarro/MG, a 14 de março de 1932, filho de Mamede Pacífico de Almeida e Maria Salomé de Almeida. Aos cinco anos mudou-se para Montes Claros e, aos 27, para Belo Horizonte. Jornalista e radialista, trabalhou em importantes empresas, tais como Rádios Guarani e Inconfidência de Belo Horizonte e TV Itacolomi. Era casado com a também trovadora Maria da Conceição Vieira de Almeida. Entre outras entidades, fazia parte da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette.
Alair faleceu em BH na tarde de 27 de novembro de 2020, aos 88 anos, vítima de covid, tendo, por ironia, perdido um filho no mesmo dia, também pela mesma doença.
Cristalina gota d'água,
embaçando o meu olhar
é resto de velha mágoa
que o peito insiste em guardar.
Tua sombra me persegue
e, embora a queira perdida,
por mais que afeição lhe negue,
faz parte da minha vida.
Grande mentira se encerra
na afirmação que se faz
de que "é preciso haver guerra
para vivermos em paz".
Os meus erros sei de cor:
dos grandes pecados meus,
acredito que o maior
foi te amar mais do que a Deus.
Por que tamanha altivez
se toda arrogância é vã?
A noite chega e, talvez,
nem se tenha um amanhã.
A bengala é um instrumento
que o velho tem sempre à mão,
escorando o sofrimento
que leva em seu coração.
Esse caminho que trilho
não pode ter embaraços,
por ele andará meu filho,
seguindo meus próprios passos.
Distante do teu carinho,
sem teu amor, nada valho:
sou um pássaro sem ninho,
pulando de galho em galho.
Para o meu mundo preciso
de um lugar simples, que, ao fim,
eu transforme em paraíso,
se estiveres junto a mim.
Deus me deu força no braço
e um livre e solto pensar;
assim meu destino eu traço
do jeito que desejar.
Quem tem o peso da culpa
ferindo o seu coração,
não basta pedir desculpa,
terá de pedir perdão.
Centenária Capital
de tantas luzes e brilhos,
de ti, fiz terra natal
e horizonte dos meus filhos.