AMÉLIA THOMAZ nasceu na Fazenda de Bom Sucesso, em Cantagalo/RJ, em 10 de setembro de 1897, filha de Alberto Augusto Thomaz(que foi o primeiro Prefeito de Cantagalo) e Olga Herdy Thomaz, descendentes de suiços, franceses e portugueses das famílias Gavillet e Thomaz. "Jardim Fechado" e "Fonte de Aroma" foram alguns de seus livros. Faleceu em 19 de novembro de 1992.
(trova nº 1755 do livro "Meus Irmãos, os Trovadores", de Luiz Otávio)
Nesta página querida
deixo uma trova risonha:
quem canta embeleza a vida
e adoça a vida quem sonha...
Dizes tudo quanto queres,
sem um gesto, sem falar...
- Que eloquência a das mulheres (Menção Especial em Nova Friburgo - 1973)
nas reticências do olhar!
Ventura... Encanto de um dia,
que passou leve e risonho,
mas pôs na vida vazia
a claridade de um sonho!
O amor todo mundo canta:
uns falam mal, outro bem.
Da mulher faz uma santa,
faz um demônio também.
Saudade é a areia moída,
que, devagar, grão por grão,
cai da ampulheta da vida
e pousa no coração.
À solidão desta vida
deste um pouco de valor.
Sê bendita, alma querida,
pela bênção deste amor!
Nos jardins, à noite, quando
tudo queda, num queixume,
escuto as rosas rezando
as orações do perfume...
Como um pássaro indefeso
no furor da tempestade,
meu amor soluça preso
nas grades desta saudade!
Saudade é como cachaça:
um traguinho, outro traguinho...
- depois que vicia, passa
amatar devagarinho.
Ele opina sobre tudo,
gesticula, ordena, fala...
De repente fica mudo,
porque a sogra entrou na sala...