EDUARDO BORGES DA CRUZ nasceu em Lisboa, Portugal, em 19 de outubro de 1896, filho de Francisco Borges da Cruz e Isabel Augusta Santos Borges da Cruz. Era jornalista, radicado no Rio de Janeiro. Publicou, entre outros: "Um Minuto de Vida" (contos e crônicas) e "Vagalumes" (versos.
Se sofres, não te envergonhes
de chorar tua desdita.
- A terra, sempre que chove,
fica muito mais bonita!
(é uma das trovas que tenho no caderno de meus tempos de jovem. Passei muito tempo sem saber quem era o autor)
Deixa o pranto livremente
cair nas faces morenas;
o pranto é água corrente
com que se lavam as penas.
"Quem canta, seu mal espanta..."
Não queiram acreditar;
- quem sofre não tem garganta
capaz de poder cantar.
"Só se ama uma vez na vida..."
Ilusão! Ingenuidade!
Para amar não há medida,
nem limite, nem idade.
Coração, não tenhas pressa...
Bate mais devagarinho...
Quem muito corre, tropeça
ou pode errar o caminho.
Olhos negros, amorosos,
tão profundos como o mar...
Só de vos ver, são ditosos
os que vos podem fitar.
Não sejas tão orgulhosa,
não manifestes desdém:
a joia mais preciosa
não sabe o porvir que tem!