ADVERTÊNCIA
TROVADORES DESENCARNADOS I
Na PARTE I do EVANGELHO DE TROVAS III, encontram-se as trovas do Antônio Augusto de Assis, como vocês puderam ler. Pretendo também divulgar, depois de cada participante, composições de trovadores desencarnados, cujas trovas foram enviadas através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier e de outros médiuns.
Assim, como complemento das trovas do Assis, menciono inicialmente aqui as de Antônio Roviano de Azevedo (1882 – 1922):
O mundo aplaude e coroa
Quem vence batalha a esmo,
Mas, no Além, o vencedor
É quem venceu a si mesmo.
O espírito reencarnado,
Quando a mentiras se aferra,
Quanto mais fraco mais goza,
Quanto mais goza mais erra.
Não chores!... Felicidade
É fazer feliz alguém.
Desventura tem dez letras,
Felicidade também.
Saudade, doce esperança,
Consolo de quem quer bem...
Visão da felicidade
Que faz que vem, mas não vem.
Conversa com caridade,
Alma irmã, alma sincera!...
Às vezes uma palavra
É tudo o que a gente espera...
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EVANGELHO DE TROVAS III
PARTE II
Arlindo Tadeu Hagen
(Belo Horizonte – MG)
Nascido em Juiz de Fora (MG) em 01/08/64. Engenheiro civil. Poeta, trovador, contista e cronista com vários trabalhos premiados. Pertence à Academia Juizforana de Letras, Academia Mineira de Trovas e União Brasileira de Trovadores (UBT) onde ocupa atualmente a Vice-Presidência Nacional.
Mãos santas de um homem santo
pousaram de forma amena,
e o perdão desfez-se em manto
nos ombros de Madalena!
Enfrento a dor com firmeza
e conservo, em minha fé,
a altivez da vela acesa
que se desmancha de pé!
Festejar é natural,
mas a cristandade anseia
por ver ceia de Natal
com mais Natal... menos ceia!
Sou muito pobre, contudo
tenho Deus em minha estrada
e, nesta falta de tudo,
não sinto falta de nada!
Num mundo de crenças mortas
que vale Deus escrever
correto por linhas tortas
se os homens não sabem ler?
Trovador homenageado: Nicolau Kleinsorge
Eis a trova do homenageado:
Resgatou-nos num combate
A caminho do Calvário
E o recibo do resgate
Deu em forma de Sudário!
Nicolau Kleinsorge
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TROVADORES DESENCARNADOS II
Antônio Sales (1868 / 1940):
“Agora não mais me iludo
De que, na Terra ensombrada,
Quem não tem nada tem tudo,
Quem tem tudo não tem nada.
Quando a morte exibe o aceno
Da verdade que se expande,
Há muito grande pequeno,
Há muito pequeno grande.
Em longes, almos recantos
Que a vida guarda nos Céus,
Há muitos réus que são santos,
Muitos santos que são réus.
Enquanto a luz não se oponha
À sombra da fantasia,
Sempre vigia quem sonha,
Sempre sonha quem vigia.
No mundo, de porta em porta,
Há muita gente cativa,
Que anda viva, sendo morta,
Que anda morta, sendo viva.”
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Continua com Célia Guimarães Santana (Sete Lagoas – MG)
http://www.falandodetrova.com.br/minhabiblioteca
(texto de José Fabiano, mineirim de Uberaba)