GENTIL FERNANDO DE CASTRO, nasceu em Cruzeiro, Vale do Paraíba/SP, em 30 de maio de 1899, filho de José Francisco de Oliveira Castro e Josefina Antero de Castro. Foi Professor, Corretor de Imóveis, presidiu, em dois mandatos, a Bolsa de Imóveis do Rio de Janeiro, onde morava e veio a falecer, no dia 10 de outubro de 1963, poucos dias antes do lançamento de seu livro "Colar Partido", que viria a obter o Prêmio "Octávio Babo Filho", como melhor livro de trovas de 1963.
Teu amor só me deu mágoa...
Mas eu sou grato à maior:
foi com os olhos rasos d'água
que te pude ver melhor...
Se é lei que sofra quem ama,
que amando sofras, em suma:
- como há de brilhar a chama,
sem que a vela se consuma?
Meu dia acaba tristonho
e eu não consigo esquecê-lo:
aquela que foi meu sonho
é, hoje, o meu pesadelo...
Amor, que em versos incenso
e és, hoje, graça, alegria...
- Que tristeza, quando penso
que serás saudade um dia!
Ó brisa da madrugada,
aura de asas silenciosas:
será teu sopro de fada
que acorda tão cedo as rosas?
Senhor! Eu nunca me queixo...
Mas tenho a impressão magoada
de ser apenas um seixo
que abandonaste na estrada...
De onde vens hoje, ó vizinha,
que assim às tontas, ao léu,
- na curva azul da sombrinha
pareces trazer o céu?