GISELDA DE MEDEIROS ALBUQUERQUE nasceu em Prata, distrito de Bela Cruz. Professora, com muitos livros publicados. Na Trova, começou a premiar nos X Jogos Florais de Fortaleza, em 1985, e não parou mais.
As trovas são diamantes
que certo ourives, um dia,
com suas mãos operantes,
cravou no anel da poesia.
Esse gemido tristonho
das ondas, sempre a chorar,
é a voz queixosa de um sonho
preso nas conchas do mar!
Aprendi, na tua ausência,
uma lição ponderada:
que a espera, com paciência,
torna mais breve a chegada.
Sê como o mar, grandioso,
cujo esplendor estonteia,
mas, humilde e generoso,
vem bordar rendas na areia!
Vasculhando meu passado,
encontrei nele, tristonho,
teu retrato empoeirado
na gaveta do meu sonho.
Chove a cântaros... e o frio
cai sobre tudo, por fim...
E, enchendo este meu vazio,
chovem saudades em mim...
Teus olhos, ardentes círios,
meus dis tronam risonhos,
e tuas mãos, brancos lírios,
vão modelando meus sonhos.