LUIZ GONZAGA FIGUEIREDO DE ARRUDA, natural de Uruburetama/CE, filho de João Vital Arruda e de Urçula Figueiredo Arruda.
Talvez por ser de ‘balança”,
muitas mudanças eu fiz,
mas nunca aquela mudança
que me fizesse feliz!
Tens um olhar doce, vago,
que muito me faz penar,
pois a mágoa que hoje trago
nasceu desse teu olhar.
Sobre as mães ninguém fez versos
que consigam descrevê-las;
Deus os fez e estão dispersos
num céu bordado de estrelas!
A chuva traz à lembrança
minha infância, que era um céu,
vibrando ao ver, na água, a dança
do meu barco de papel.
Ó saudade, companheira,
“fiandeira da distância”,
hoje acendeste a fogueira
que acendi na minha infância!
Mãe, teu amor perenal
toda a virtude contém,
perto de ti, não há mal,
longe de ti, não há bem!
Alfaiate, sem tardança,
vou costurar, bem feliz,
um paletó de esperança
e vestir no meu País.
Sofre um desgosto profundo
quem perdeu a mãe e, eu creio,
se era triste e feio o mundo,
fica mais triste e mais feio.