Maria de Lourdes Quintanilha - Taubaté

     MARIA DE LOURDES PEREIRA QUINTANILHA nasceu em Caçapava. Tinha verdadeira paixão pela Música. Chegou a cursar o Conservatório Paulista de Canto Orfeônico e era soprano, mas não seguiu carreira como cantora lírica por imposição da família. Lecionou música por muitos anos. Foi casada durante quarenta anos com o Prof. João Quintanilha.  Como trovadora, fez parte da Seção da UBT Taubaté desde sua fundação, na decada de 60. É patronesse da cadeira nº 40 da Academia  Taubateana de Letras. Em concurso para escolha da trova a ser colocada em placa que irira identificar o mausoléu dos Ex-Combatentes, em Taubaté, foi a ganhadora, cuja composição é a primeira, logo abaixo. 
     Deus a levou repentinamente, em setembro de 1999. Postumamente a família lançou um livro com seus sonetos e trovas, intitulado: "Poesia em Sol Maior".

Dentre os toques da caserna,
o de silêncio é o mais triste,       (inscrita no mausoléu dos ex-combatentes da FEB, em Taubaté)
pois chora a saudade eterna
de alguém que não mais existe...

Teus olhos azuis e amenos,
tristonhos como a saudade,                (1º lugar em Fortaleza/CE - 1986)
lembram dois lagos serenos
depois de uma tempestade!
 
Folhas caindo maduras,
imagem fria, abandono...
notas tristes, muito escuras,             (7º lugar em Natal/RN - 1986)
da serenata do outono...

Há um sentimento interior                          (Vencedora em Pinda 1997)
de vida que se renova,
quando cantamos o amor
nos versos simples da Trova.
 
Com humor ou romantismo,                   (Menção Especial Pinda, 1997) 
ou mesmo a filosofar,    
a Trova é o simples lirismo              
da Cultura popular.

Ouvi, desde tenra idade,
dizer que o tempo é veloz.                  (Menção Especial Pinda, 1996)
Mas, quem passa na verdade
pelo tempo, somos nós.

Nossos desejos frustrados,             (Menção Especial Juiz de Fora, 1987)
rodando sem ter guarida,
são sonhos nunca alcançados,
passando ao largo da vida.

Muita vez na tempestade,                  (Menção Especial São Paulo, 1986)
entre chuva de granizo,
o sol da felicidade
rebrilha à luz de um sorriso.

Aros simples e singelos,
no dedo anular da mão,                  (Menção Honrosa Porto Alegre, 1985)
as alianças são elos
simbolizando a união.

No verde escuro da mata
suavizando esse negrume,                        (6º lugar Fortaleza 1983)           
o orvalho é gota de prata
 brincando de vagalume.

Era uma vez... E a lembrança,
saindo da letargia,
transforma o adulto em criança,
com seu toque de magia.

Sóbrio, calmo e elegante,
olhos azuis, fidalguia,
Cesídio Ambrogi é brilhante,
na trova e na poesia!