Andréa Motta, advogada, é natural de Curitiba. Dirigente da União Brasileira de Trovadores, seção de sua cidade. Também faz parte do Centro de Letras do Paraná, Academia Paranaense de Poesia e outras entidades, com participação em várias antologias. Com grande predileção também por haicais e poemas livres.
No clarão da velha chama,
de ritmos e de valores,
curitibano conclama:
- Rimai por nós, trovadores!
Delírio é lira do poeta,
a rima do trovador.
É liturgia completa,
quer na alegria ou na dor.
Sem fazer-me de rogada,
só persiste uma verdade:
Poesia em mim fez pousada,
sem ter qualquer leviandade.
E a primavera virá
tão promissora e feliz.
E o anil prevalecerá:
Adeus à tristeza ao gris!
De sui generis beleza,
feito uma vaga selvagem,
és, morena, com certeza
mais que perfeita romagem.
Passarinhos de passagem
nos galhos rente a janela
tomados pela coragem
abrigam-se da procela!
Benditos sejais, pinheiros,
nas terras do Paraná,
fostes os marcos primeiros
e em Curitiba, um maná.
Se teus versos poetisa
são repentes de saudade
tua vida feito brisa,
sinonímia de amizade!
(P/Janske Schenkler)
No teclado do piano
vive o maestro a quimera
de um mundo mais do que humano
brotando co'a primavera.
(P/Júlio Enrique Gomes)
Nobre e novo cozinheiro
não enviaste o tal convite
deixaste-me no estaleiro,
salvei-me da estomatite!
Se a rima não é perfeita,
com certeza tem um rito:
o artífice sempre a ajeita
p'ra não causar faniquito!
Por mais que aparente - Juro,
eu não fugi do colégio!
Minha panaquice é puro
lapso, quiçá sacrilégio.....
Dezembro, chegou Natal
corre corre, consumismo,
glamour et cetera e tal.
Pena, Jesus é casuísmo!