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ISTO É CULTURA!
(VIII)
Por Thalma Tavares (22.05.2015)
QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA & CURIOSIDADES
Para mim fazer ou para eu fazer?
É comum a gente ouvir dizer: "..Traz o jornal pra mim ler", "...Tem alguma coisa aí pra mim fazer?" Ela disse pra mim passar na farmácia...." Na verdade mim não faz nada. Quem faz sou eu; mim não lê, quem lê sou eu; mim não passa, quem passa sou eu. O correto será: para eu ler, para eu fazer, etc.
Não havendo verbo após o pronome, use mim. Exemplos: Este livro é para mim; comprei estes discos para mim; as respostas foram dadas a mim. Pondo a oração na ordem inversa, o pronome oblíquo continua: Foram dadas a mim as respostas; é para mim este livro; comprei para mim estes discos.
O hábito de dizer de modo errado nos faz parecer estranha a maneira correta: para eu fazer; para eu ler, etc. Mas se fizermos um esforço, acharemos normal dizer desta forma. Vamos, então, fazer este esforço?
CURIOSIDADE:
Semi-analfabeto
Existe metade de zero? Não, é claro que não, o leitor dirá. Ora, o radical latino semi, significa metade. A palavra analfabeto, de origem grega, composta pelo radical an, mais o substantivo alfabeto, juntas querem dizer não alfabeto ou não alfabetizado. De onde se infere que se alguém é analfabeto é não alfabetizado ou zero alfabetizado. E, como não existe metade de zero, supõe-se que um semi-analfabeto é meio não alfabetizado. Curioso, não? Pode-se também supor, como a maioria, que ele sabe ler precariamente, que não é completamente alfabetizado nem completamente analfabeto. Mas alguns autores preferem usar o termo semi-alfabetizado, que nós também achamos mais apropriado. O que pensa você, caro leitor, desta questão?
A Trova de hoje
É da saudosa irmã trovadora Marina Bruna. Marina iniciou a divulgação de sua poesia na Casa do Poeta Lampião de Gás de São Paulo, levada por Mário Graciotti e, logo depois, por nossas mãos, à UBT Seção de São Paulo, onde se projetou como grande trovadora, classificando-se com brilhantismo nos diversos concursos realizados em todo o Brasil. Marina hoje faz trovas no Céu, mas nos deixou, além da saudade, um relicário de inspiradas trovas, de onde extraímos esta beleza:
“Quanta coisa se resume
no destino de um botão:
ontem, flor, mel e perfume
hoje, um ácido limão!”
Acreditem e tomem nota, porque Isto é Cultura!