Milton Sebastião Souza

          MILTON SEBASTIÃO DE SOUZA nasceu em Porto Alegre no dia 20 de janeiro de 1945, filho de Sebastião Valentim de Souza e Terezinha Fialho de Souza. Casado com Leda Maria Piedra Cueva de Souza, com quem teve cinco filhos. Netos? Tem um punhado!  Já não bastara um grande poeta e trovador na família, seu filho Gerson Cesar superou as expectativas.  Milton é um dos sustentáculos da UBT de Porto Alegre / RS. Jornalista e microempresário.
                                                                            Falecido em Porto Alegre no dia 03.07.2018.

A vida é feita de escolhas:
os acertos, festejamos...
O duro é virar as folhas
nas tantas vezes que erramos...     (3º lugar Friburgo 2008)

Meu caminho é o teu caminho!
Se a morte nos separar,                            (co-vencedora em Porto Alegre - 2005)
quem chegar no céu sozinho,
chora até o outro chegar.

Quando qualquer luz se acende           (co-vencedora em Porto Alegre - 1999)
faz a vida ressurgir.
A própria sombra depende
de uma luz para existir.

Quem faz guerra soma os custos
e um dado sempre atrapalha:
quem paga o sangue dos justos     (Vencedor Barra do Piraí, 1996)
mortos em cada batalha?

Se nem sei se circo existe,
se chorar é o que mais faço,
por que é que o destino insiste     (Menção Especial em Rio Novo/MG - 1992)
em me fazer de palhaço?

Contigo sempre reparto
este amor que não termina:          (co-vencedora em Porto Alegre - 1991)
é na penumbra do quarto
que o nosso amor se ilumina!

Se não fosse a fantasia
que o sonho pinta na mente,       (Menção Especial em Niterói - 1986)
muita gente morreria
sem nem saber que foi gente...

Meus sonhos não são modelos;
alguns me fazem chorar...
Mas não tenho pesadelos:
pesadelo é não sonhar!...

Amor, barriga crescida,
passa o tempo, espera tanta...
chega o milagre da vida
que faz a mãe virar santa.

Mais fortes... mais apagadas...
ora sumindo ou voltando,
as lembranças são pegadas
que o destino vai deixando.

Dizer adeus foi tolice,
mas este orgulho maldito
só deixou que eu descobrisse
depois que eu já tinha dito!...  (Fonte: "Mensagens Poéticas/Ademar Macedo)

Quando o altar vira mercado
que busca lucros ou votos,
sempre há um Deus falsificado
para enganar os devotos.

O pai é sempre o primeiro
se o filho está precisando.
Quem tem um pai verdadeiro,
tem sempre exemplos sobrando.

Enseadas sem saida,
abismos dentro das almas:
no revolto mar da vida
não existem praias calmas.

Com flores ou cicatrizes,
horas duras e horas boas,
a infância forma as raizes
da educação das pessoas.

Passa o tempo, passa a vida,
mas fica, em qualquer idade,
uma criança escondida
dentro de cada saudade...

Os netinhos são fregueses
de amores ilimitados:
avós são pais duas vezes,
porém, mais açucarados...

TROVAS DE BOM HUMOR

Quando nosso amor espelha
o que o desejo revela,
a lua fica vermelha
só de espiar na janela...

Leitor viciado e indefeso:
- sempre um livro em frente a face...
eu seria um grande obeso,
caso a leitura engordasse...

Tem tanto fogo a menina
que seu mergulho estupendo          (4º lugar em Porto Alegre - 1999)
deixa a água da piscina
completamente fervendo.

Sempre que trepida o amor,           (Menção Honrosa em Porto Alegre - 1993)
brotam gemidos sem fim.
Se gemido fosse flor
motel seria jardim.

A gorducha Dona Benta
quando senta esparramada                             (4º lugar Friburgo 1990)
deixa a cadeira onde senta
quase um mês descadeirada. 

Por mais que a gente se zangue,          (1º lugar em Porto Alegre - 1985)
mande embora sem escolta,
mulher chata é bumerangue:
faz a curva e sempre volta...