ORAÇÃO ECUMÊNICA EM TROVAS
Autor: A. A. DE ASSIS - Maringá / PR (via São Fidélis / RJ)
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C – Coordenador; L – Leitor; T- Todos
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C – Paz e bem, querido irmão;
paz e bem, irmã querida.
Unidos em oração,
louvemos os dons da vida!
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CANTO – 1 – Canção de São Francisco de Assis, patrono dos Trovadores
Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
onde houver ofensa, que eu leve o perdão,
onde houver discórdia, que eu leve a união,
onde houver dúvida que eu leve a fé,
onde houver erro, que eu leve a verdade,
onde houver desespero, que eu leve a esperança, onde houver tristeza, que leve a alegria,
onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre,
fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado,
compreender que ser compreendido,
amar que ser amado,
pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive
para a vida eterna.
JOGRAL – 1
T – Deus, no princípio, descerra / o palco da criação: / cria o céu e cria a terra / e enche de luz a amplidão.
Cria as águas e as reparte / em rios, lagos e mares, / e com ternura e com arte / cria os bosques e os pomares.
Coloca milhões de estrelas / na abóbada imensa e nua, / e acende no meio delas / o sol e em seguida a lua.
Faz que as águas se povoem / de peixes – grandes, pequenos, / e manda que as aves voem / com seus festivos acenos.
Num outro gesto ele faz / aparecer sobre a terra / toda espécie de animais: / os da planície e os da serra.
E é nessa alegre paisagem / que Deus finalmente lança / alguém que é a sua imagem, / sua própria semelhança.
“Façamos – diz o Senhor – / o homem; e a companheira / com quem partilhe o esplendor / e a graça da terra inteira.”
Cria-os Deus na excelência / da justiça e da verdade, / e dá-lhes a inteligência / e a vontade e a liberdade.
Dá-lhes a luz, o calor; / dá-lhes o ar, o alimento; / dá-lhes o aroma da flor; / e a chuva e o luar e o vento.
E lhes confia a incumbência / de, tendo o mundo nas mãos, / à criação dar seqüência / formando um povo de irmãos.
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C – Hão de vir logo os bons dias / em que os homens poderão, / como sonhara Isaías, / uns aos outros dar a mão!
L -1 – Leitura do livro do profeta Isaías – capítulo 11, versículos 6 a 9:
Em paz, o lobo e o cordeiro / a toca repartirão, / e afastarão por inteiro / as mágoas do coração.
Sem os ódios do passado, / sem agressão, sem conflito, / deitar-se-ão lado a lado / o leopardo e cabrito.
O bezerro e o leãozinho / irão juntos a passeio, /
e até mesmo um menininho / os tocará, sem receio.
A vaca terá no urso / seu parceiro de pastagem, / sem disputa, sem concurso, / sem nenhum tirar vantagem.
As crianças brincarão / no campo tranqüilamente, / podendo até pôr a mão / na ninhada da serpente.
Jamais o mal será feito / a nenhuma criatura. / -- Será o reinado perfeito / da bondade e da ternura.
Pois como a água enche o mar, / nesse dia há de o Senhor / a terra inteira inundar / de paz, de justiça e amor!
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C – Tudo o que respira louve / e glorifique o Senhor!
L-2 – Louvai-o no santuário, / louvai-o no firmamento; / em toda parte louvai-o, / louvai-o a todo momento.
Louvai-o com violinos, / ao som das harpas louvai-o; / louvai-o entoando hinos, / tangendo sinos louvai-o.
Louvai-o em cantigas novas, / batendo palmas louvai-o; / louvai-o cantando trovas, / em meigos versos louvai-o.
Tudo o que respira louve / e glorifique o Senhor. / Tudo cante, exulte e louve, / louve a Deus, que é puro amor!
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C – Vamos ouvir, de João, / a carta em que ele nos chama / para amar o nosso irmão / assim como Deus nos ama.
L-3 – Leitura da primeira carta de João – capítulo 4, versículos 7 a 10:
Queridos amigos meus: / amemo-nos mutuamente, / porque o amor vem de Deus, / para alegria da gente.
Quem ama de Deus é filho, / conhece o Pai Criador; / quem ama reflete o brilho / de Deus, porque Deus é amor.
Foi assim que Deus mostrou / o quanto é capaz de amar-nos: / seu próprio Filho mandou / ao mundo para salvar-nos.
O amor, amigos, é isto: / -- antes de o termos amado, / Deus nos deu seu Filho, o Cristo, / que nos livrou do pecado.
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CANTO–2 – Canção da Alegria (Beethoven)
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Escuta, irmão, a canção da alegria, / um canto alegre de quem espera um novo dia. /
Quem canta sonha cantando, / vive sonhando um novo sol, / em que os homens voltarão a ser irmãos. /
Se em teu caminho só existe a tristeza, / segue sereno na esperança e na certeza. /
Quem canta sonha cantando, / vive sonhando um novo sol / em que os homens voltarão a ser irmãos. /
Se não encontras alegria nesta terra, / busca a esperança na distância das estrelas.
Quem canta sonha cantando, / vive sonhando um novo sol, / em que os homens voltarão a ser irmãos.
C – Ouça a palavra fraterna / do Cristo a nos ensinar / que a graça da luz eterna / é para quem sabe amar.
L-4 – Leitura do Evangelho de Lucas – capítulo 10, versículos 25 a 28:
Pergunta um doutor da Lei, / querendo testar Jesus: /
– Diga, Mestre: o que farei / para entrar na eterna luz?
Responde Jesus então, / com palavras compassadas: / – O que é que diz a lição / das Escrituras Sagradas?
De imediato o doutor / cita o que ensina a lição: /
– “Ame a seu Deus e Senhor, / de todo o seu coração.
“Ame a seu Deus totalmente, / de alma, força e inteligência, / e ame o próximo igualmente, / sem nenhuma reticência”.
-- A resposta, diz Jesus, / é essa que aí está. / – Quem faz isso tem a luz; / na eterna luz viverá.
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JOGRAL – 2
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A Palavra do Senhor / vem mais uma vez lembrar / que o homem, filho do Amor, / foi criado para amar.
Deu-lhe Deus o paraíso, / com tudo o que ele contém, / tudo quanto era preciso / para o homem viver bem.
Deu-lhe o Pai um lar tão lindo / porque desde o início quis / ver sempre o homem sorrindo, / sadio, alegre, feliz.
Deu-lhe ainda autoridade / para escolher e assumir, / de livre e plena vontade, / seu modo de ser e agir.
No entanto, qual filho pródigo, / movido a orgulho e cobiça, / quis o homem como código, / em vez do amor, a injustiça.
Vencido pelo egoísmo, / puxado pela ambição, / precipitou-se no abismo, / poluindo o coração.
De coração poluído, / o homem desatinou-se, / e envilecido e aturdido / no sofrimento afundou-se.
Por isso Deus nos mandou / seu próprio Filho, Jesus, / que veio à terra e lançou / sobre os homens nova luz.
Onde existia a discórdia, / lançou a luz da união, / e a luz da misericórdia / onde faltava o perdão.
E onde imperava a violência, / estúpida e pertinaz, / com bondade e paciência / lançou ele a luz da paz.
2
Fez da fé um candeeiro / onde havia insegurança. / E onde havia o desespero / lançou a luz da esperança.
Mas, sobretudo, Jesus / – o Mestre, o Amigo, o Pastor – / quis ser para o mundo a luz / maravilhosa do amor!
Veio aos homens recordar / – a todos, sem exceção –, / que é na alegria de amar / que se encontra a perfeição.
Amar a Deus, que é o Amor, / e de tal modo nos ama, / que a todo instante, ao calor / do seu carinho nos chama.
Amar os nossos amigos, / aos quais devemos favores, / e amar até os inimigos, / que nos causam dissabores.
Amar a ponto de dar / nossa vida pelo irmão / que de um de nós precisar / num momento de aflição.
Amar sempre, a toda gente, / e a tudo o que Deus criou, / vivendo fraternalmente, / como Jesus ensinou.
Amar com máximo amor, / o pobre principalmente, / o nosso irmão sofredor, que mais precisa da gente.
O velhinho abandonado, / a criança sem ninguém, / o doente, o injustiçado, / e o que do vício é refém.
Amar também o que pensa / que tem tudo e não tem nada, / e o que no luxo compensa / uma vida esvaziada.
Amar o escravo do orgulho, / o arrogante, o prepotente, / que se afoga em seu mergulho / na lama que traz na mente.
Amar, irmãos, o invejoso, / o mentiroso, o que odeia, / e que, perverso e vaidoso, / nas próprias tramas se enleia.
Amar o bom e o ruim, / que os dois são nossos irmãos; / amar Abel e Caim, / e aos dois estender as mãos.
Amar o irmão inocente, / a quem o outro feriu; / mas também o delinqüente / que no mal se destruiu.
Amar muito, e sem julgar, / sem medo e sem restrição; / e ao próximo escancarar / as portas do coração.
Amar, irmãos, porque amar / é ser feliz de verdade; / é a paz de Deus partilhar / no tempo e na eternidade!
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C – Oremos, irmãs e irmãos, / pelos que crêem no amor; / pelos que apertam nas mãos / as mãos do irmão sofredor!
L-5 – Pelos irmãos Trovadores, / que, no seu canto feliz, / são os meigos seguidores / de São Francisco de Assis.
T– Senhor, fazei-nos instrumentos do vosso amor!
L-5 – Pelos que assumem, cantando, / a pureza das crianças, / e estão sempre cultivando / sementeiras de esperanças.
T – Senhor, fazei-nos instrumentos da vossa bondade.
L-5 – Pelo autêntico poeta, / que extrai do seu coração / a mensagem de um profeta / que ensina a partir o pão.
T – Senhor, fazei-nos instrumentos da vossa justiça.
L-5 – Por todos os que, na terra, / semeiam versos de amor; / pelo bem que a trova encerra, / peçamos sempre ao Senhor!
T – Senhor, fazei-nos instrumentos da vossa paz.
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C – Que saudade, que saudade
dos grandes mestres da Trova
que hoje estão na eternidade
partilhando a vida nova!
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C – Que saudade de Adelmar Tavares...
T – “Oh, linda trova perfeita, / que nos dá tanto prazer... / Tão fácil, depois de feita; / tão difícil de fazer!”
C – Que saudade de Luiz Otávio...
T – “Uma das mais belas cenas / eu lamento não ter visto: / as ondas do mar, serenas, / ao sentir os pés do Cristo!”
C – Que saudade de Lilinha Fernandes...
T – “Minhas netas, sempre rindo, / são meu alegre evangelho: / – musgo verde revestindo / de esperança um muro velho!”
C - Que saudade de Barreto Coutinho...
T – “Eu vi minha mãe rezando / aos pés da Virgem Maria. / Era uma santa escutando / o que outra santa dizia!”
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T – Que saudade de Colombina ...
T – “Eu penso, quando anoitece, / vendo o céu todo em fulgor, / que cada estrela é uma prece / aos pés de Nosso Senhor!”
C – Que saudade de Aparício Fernandes...
T – “Redimindo os pecadores, / conduzindo-os para a luz, / o maior dos sonhadores / morreu pregado na cruz!”
C – Que saudade de Vera Vargas...
T – “A vida cedeu-me um canto / e outro à saudade legou. / No meu canto eu canto tanto, / que a saudade se mudou!”
C – Que saudade de Luiz Rabelo...
T – “O Mártir da Galiléia / esta verdade traduz: / – Não morre nunca uma idéia, mesmo pregada na cruz!”
C – Que saudade de Lucy Sother Rocha...
T – “Deus fez idosos os sábios... / Eram velhos os profetas... / Mas, com um sorriso nos lábios, / não deu idade aos poetas!”
C – Que saudade de Newton Meyer...
T – “O poeta é um pai fecundo / que se encontra e se compraz / entregando um filho ao mundo / em cada verso que faz.”
C – Que saudade do J.G. de Araújo Jorge...
T – “Tudo é trova: a flor, a onda, / a nuvem que passa ao léu... / E a lua, trova redonda, / que canta a noite no céu!”
C – Que saudade de Durval Mendonça...
T – “Naqueles tempos de antanho, / de escribas e fariseus, / um homem do meu tamanho / tinha o tamanho de Deus.”
C – Que saudade de Waldir Neves...
T – “Velho cultor de utopias / e de ambições sobranceiras, / sonho ver, ainda em meus dias, / um mundo igual, sem fronteiras!”
C – Que saudade de José Maria Machado de Araújo...
T – “Trovadores, meus irmãos, / vamos viver de mãos dadas. / Onde há correntes de mãos / não há mãos acorrentadas!”
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C – Querida irmã, caro irmão, / buscando juntos a luz, / vamos dizer a oração / que aprendemos com Jesus.
T – Pai nosso, que estás no céu, / teu nome é santificado. / Venha a nós, num puro véu, / o teu reino abençoado.
Faça-se a tua vontade / na terra e no céu, Senhor, / e que toda a humanidade / aceite viver no amor.
Nosso pão de cada dia / jamais permitas faltar: / o pão que traga a alegria / a todos, em cada lar.
Perdoa – nós te rogamos – / as ofensas cometidas, / tal como nós perdoamos / as ofensas recebidas.
E ao mesmo tempo, Senhor, / em que nos dás teu
perdão, / dá-nos forças para impor / resistência à tentação.
Livra-nos de todo mal, / levando-nos para o bem. / E o teu amor paternal / nos encha de luz. Amém!
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L-C – Muito obrigado, Jesus, / porque em nós, a cada dia, / renovas a graça e a luz / da verdadeira alegria.
Agradecemos, Senhor, / o dom imenso da vida, / e a fé, e a esperança, o amor, / e a terra farta e florida.
Senhor Jesus, obrigado, / porque toda a natureza / é o sublime resultado / de um repartir da beleza.
De um repartir da bondade / que há no coração de Deus, / visando à felicidade / de todos os filhos seus.
Por isso também queremos / repartir o nosso pão: / o pão com que alimentemos / a boca de um nosso irmão.
E o pão de nossa alegria, / e o pão de nossa cultura, / e o pão de nossa poesia, / e o pão de nossa ternura.
Pois repartindo é que a gente, / fazendo a tua vontade, / lança no mundo a semente / da eterna fraternidade!
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CANTO FINAL – ( A escolha do canto final fica a critério do coordenador do ato)
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T – Minhas irmãs, irmãos meus, / no seu bonito cantar, / proclamem o amor de Deus / em todo tempo e lugar!
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