FRANCISCO GARCIA DE ARAÚJO,
(Prof. Garcia), filho de Lucas Araújo (In memoriam) e de Helena Garcia de Araújo, nasceu na fazenda Acari, em Malta-PB, em 27 de novembro de 1946. Licenciado em Letras (português e inglês) e Bacharel em Direito pela UFPB, pós-graduado em Teologia e Éticas Especiais, poeta, trovador, escritor e compositor, foi bancário, Vereador e Secretário Municipal em Caicó-RN. Lecionou Português, Francês, Inglês e Espanhol. Casado com Anunciada Laura de Araújo Garcia, com quem tem três filhas: Mara Melinni de Araújo Garcia (advogada, bancária e poetisa), Ava Murielli de Araújo Garcia (psicopedagoga) e Eva Yanni de Araújo Garcia (pedagoga e poetisa). Presidente do Clube dos Trovadores do Seridó, Delegado da UBT em Caicó-RN, Delegado do Portal CEN para o RN, é membro da Academia de Trovas do RN (ATRN) e da UBT, Seção de Natal-RN. É membro efetivo da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores (AVSPE). Tem seus trabalhos publicados em coletâneas, antologias, livros, jornais, revistas, portais e internet. Possui vários livros em parceria com poetas nacionais, além de premiações em diversos concursos de trovas no Brasil e em Portugal.
Saudade
Esta dor que em mim persiste
e não me deixa dormir!... (4º lugar no I Falandodetrova 2011)
é "aquela" lembrança triste
do que deixou de existir!
Quando a minha fé se esmera,
penso que tudo se alcança. (M/H no 3ª Etapa para uma vida melhor)
Por longa que seja a espera,
não perco nunca a esperança!
Pelas manhãs vou buscando (1º lugar Magé-Casa do Sargento/2011)
minha esperança perdida...
Há sempre um sonho vagando
nas alvoradas da vida!
A dor que se intensifica
e amedronta os dias meus, (M. Especial em Niterói-2010)
é pensar na dor que fica
depois da palavra adeus!
Minha renúncia...Quem sabe... (M. Honrosa Montes Claros/MG 2010)
não seja a chave secreta,
de tudo quanto só cabe
na inspiração de um poeta!
Cadeira velha!...Esquecida,
sem dono e sem mais ninguém... (1º lugar ATRN/2010)
Só a saudade atrevida
reclama a ausência de alguém!
Nesta longa caminhada
que fazemos sempre a sós... (Vencedora Bragança Paulista, 2010)
Nem o silêncio da estrada
quebra o silêncio entre nós!
A natureza resiste,
mas a tristeza do monte, ( 2º lugar CTS/2010)
é enxugar o pranto triste
dos olhos tristes da fonte!
Quase seca...E a fonte insiste
em seu lamento de dor!
É o canto ficando triste ( 9º lugar CTS/2010)
e a fonte jorrando amor!
Morre a tarde!...E ao fim do dia, (M. Honrosa no Intersedes Nacional, 2010)
na imagem do sol poente,
há tintas de nostalgia
do fim da tarde da gente!
Ó cigarra destemida
o seu disfarce me encanta, (2º lugar na ABT/RJ-2010)
por não ter nada na vida
e ser feliz quando canta!
A musa chega e me inspira,
num delírio encantador... (3º lugar no TROVAUNEVERSOS/2010 )
Afina as cordas da lira
e enche o meu mundo de amor!
As cordas desafinadas
e esta voz chegando ao fim!... (4º lugar no conc. interno do CTS)
São mimos das madrugadas
guardados dentro de mim!
Prazer é sentir os dedos
de nossas mãos artesãs
pintando os lindos segredos
das auroras das manhãs!
A insensatez, na verdade,
separou nossos lençóis;
e agora a dor da saudade
dói muito mais entre nós!
Quando a tarde veste o manto,
torna escura a luz do dia...
Saudade dói outro tanto
do tanto que já doía!
Teu amor que me enternece,
que acaba todo meu pranto,
da sobra faço uma prece,
e ainda sobra outro tanto.
Mãe preta! teu negro seio
deu-me o mais puro sabor;
nele eu bebi sem receio
a eternidade do amor!
Este amor que em mim fervilha,
quando estamos sempre a sós...
se for bem feita a partilha,
será eterno entre nós!
Sinalizando o caminho,
do nauta na escuridão;
o farol velho, sozinho
é fantasma e solidão!
Revendo entulhos e tacos,
na tapera dos meus sonhos,
chorei por ver tantos cacos
dos meus dias mais risonhos!
Esta aliança que um dia,
já guardou nossos segredos;
hoje guarda a nostalgia
das digitais de outros dedos!
Toda tarde o passarinho
bate as asas, quando canta.
Quanto mais longe do ninho,
mais afinada a garganta!
Eu me curvo ante os conselhos
que recebo todo dia,
quando dobro os meus joelhos
aos pés da Virgem Maria!
Sempre sozinha, aos farrapos,
mas de rosário na mão...
A fé tecida entre os trapos,
remendava a solidão!
De volta ao lar que eu não via,
desde a minha mocidade...
Enquanto a emoção crescia,
crescia a dor da saudade!
Velho sino, és sentinela,
a repetir sem maldade...
a dor da saudade dela,
na dor de minha saudade!
A existência é dividida
em dois extremos da idade:
um, alvorada da vida,
outro, arrebol de saudade!
Ninguém é pedra polida,
se não mudar de conduta;
pois, a pedreira da vida
é feita de pedra bruta!
Porteira velha, o gemido
desta dor que te corrói...
é o teu passado esquecido
que em teu presente inda dói!