Jessé Nascimento - Angra dos Reis/RJ (via Ibiraçu/ES)

     *JESSÉ NASCIMENTO, jornalista aposentado,  nasceu no dia 17 de novembro de 1944 em Ibiraçu (norte do Espírito Santo), filho de José Antonio do Nascimento e Júlia Fernandes Nascimento.
     * Morou mais de cinquenta 50 anos na cidade do Rio de Janeiro e, por mais de vinte, foi membro da UBT - seção cidade do Rio de Janeiro.  Passando a residir, depois, em Angra dos Reis / RJ, foi então designado para ser o representante oficial da UBT no município.
* Transcrevendo palavras do próprio poeta:  "Adolescente, fui presenteado por uma prima com o livro 'Meus irmãos, os Trovadores' e me apaixonei pela trova.  Aos 16 anos, participando de um concurso de trovas promovido pelo Grêmio estudantil do ginásio onde estudava (concurso que teve o apoio do GBT, com comissão julgadora do mesmo), fui o vencedor com a seguinte trova:

Corres tanto, mocidade,
és pela vida levada:
amanhã, serás saudade,
serás velhice, mais nada.
 
     A seguir, outras trovas do autor, também premiadas em concursos e Jogos Florais pelo Brasil:

Talvez - disseste-me um dia,
quando a ti me declarei;
esperança fugidia
pois ao sim jamais cheguei.

Me esculpindo a cada dia,
vendo no Mestre o padrão,
tento chegar - que utopia! -
mais perto da perfeição.

Quando a tristeza me lança
nas ondas de um mar bravio,
eu me abrigo na esperança
e em meu Deus me refugio.

O Criador, com certeza,
esmerou-se muito bem:
na mulher, na natureza
e na música também.

Não há verso, não há rima,
não há forma de se expor,
não há palavra que exprima
o viver um grande amor!

Correu atrás da riqueza,
jamais cansou de correr;
fim da vida... uma certeza:
viu que esqueceu de viver!

Ah, Brasil, como lamento
ver teu verde se findando;
choro teu desmatamento
e o preço que estás pagando...

Nesta vida, de passagem
 sem morada permanente,     (co-vencedora em Cambuci - 2012)
 numa tão breve viagem,
 sou um turista somente.

Tenho ciúme e desgosto,
quando, à noite, leve brisa     (Menção Especial em Niterói - 2012)
afaga o teu meigo rosto
e os teus cabelos alisa.

Não censuro o teu pecado,
não me censures também;
de vidro é o nosso telhado,
pecados... quem não os tem?

Ah, relógio, meu amigo, 
teus ponteiros, como correm!
O tempo voa contigo 
e com ele os sonhos morrem...
 
Com meus sonhos mais singelos, 
embalados na esperança, 
venho erguendo meus castelos
desde os tempos de criança.
 
Não há glória, com certeza, 
nem desafio maior, 
que a conquista da riqueza 
com trabalho e com suor.
 
Após tantos desenganos
e conselhos não ouvidos, 
chego ao final dos meus anos 
sem ter meus dias vividos.
 
No silêncio dos meus dias, 
alheio a tudo e à razão, 
eu vivo as noites vazias 
abraçado à solidão...
 
Tenho ciúme e desgosto, 
quando, à noite, leve brisa 
afaga o teu meigo rosto 
e os teus cabelos alisa.
 
Pressuroso em meu afã 
de projetar minha ação, 
sempre esqueço: é o amanhã 
ponto de interrogação.

Ninguém sabe de onde vem,
descobrir é uma charada;
bala perdida? Pois bem,
para mim é bala achada...

TROVAS DE BOM HUMOR:

“Aproveite a promoção”,     (Menção Honrosa UBT RJ -2012 - humorística)

na loja, a faixa dizia;

aproveitou-a o ladrão,

num cochilo do vigia.

Declaro-lhe meu amor
e ardente beijo me escapa;
ela, a virtude e o pudor,
vibra-me um sonoro tapa.

Consultou a cartomante
e dela ouviu abismado:
- Terás futuro brilhante!
Ele é hoje aposentado...

Muito míope e desligado,
foi pedir informação
ao manequim colocado
bem no meio do salão...

Ufa, escapei por um triz!
Disse a pulga, apavorada:
- por que esse cão infeliz
se coça tanto por nada?

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