João Costa - Saquarema

     JOÃO COSTA é natural de Monerat, Distrito de Duas Barras - RJ. Nasceu em 30 de outubro de 1952. Viveu adolescência e parte da juventude em Nova Friburgo, convivendo com os trovadores na década de 70, participando da UBT local. Sempre militou na área de comunicação, começando em rádio, em Nova Friburgo. No Rio, trabalhou em diversas emissoras, tais como Rádio América da Guanabara, Manchete FM e Alvorada FM. É jornalista. Residia em Saquarema - RJ, onde editava um jornal alternativo de circulação regional. Era delegado da UBT naquela cidade, onde realizou diversos concursos de trovas. Faleceu no dia 07 de novembro de 2018.

Se o tempo ao fim me conduz,   (11º lugar em Maranguape 2018)
se já me dobro aos cansaços,
Senhor, minha crença é luz
a iluminar os meus passos.

Olho no espelho meu rosto. 
Como a vida o envelheceu!   (premiada na ALAP/RJ, dezembro/2014)
E não sei, ante o desgosto,...
se quem chora é o espelho ou eu.

Sem os horrores da guerra,
feliz o mundo seria.
É pena que Paz na Terra                          (Maranguape 2008)
ainda seja utopia.

De exuberância suprema,                        (Vencedora em Niterói - 2007)
que nos encanta e extasia,
cada alvorada é um poema
que Deus compõe todo dia.

Neste mundo tão mesquinho,
benditas as mães, meu Deus,
que dão amor e carinho
a filhos que não são seus.

Quero um relógio, querida,            (5º lugar Pouso Alegre, 2006) 
cujo mágico processo,
atrase a tua partida
e abrevie o teu regresso. 

Relembrando tempos idos,
abro a agenda da memória     (M. Especial Rio de Janeiro, 2006)
e encontro sonhos perdidos,
pedaços da nossa história... 

Ante a espera não me enfado
e nem me abate a apreensão.    (M. Especial Rio de Janeiro 2006)
Nosso encontro está marcado
na agenda do coração.

Ante os problemas da vida,
desistir é insensatez.
Fracassou? Retorne à lida.
Insista! Tente outra vez!

Não me assusta a alta montanha.
Firme eu empreendo a escalada...
Com a fé que me acompanha,
só vejo flores na estrada.

Em minhas noites tristonhas,
meus sonhos vens encantar.
Mas, onde estás, com quem sonhas?
Estarei em teu sonhar?

Nossas emoções primeiras,
sob o efeito da paixão,
são fortes, mas passageiras,
como chuvas de verão.
 
Os meus versos se calaram,
à saudade sucumbi,
minhas lágrimas secaram
de tanto chorar por ti...
 
– Eu volto! – me consolava.
Mas, em profunda agonia,
meu coração pressagiava
que ela jamais voltaria...
  
Na dura jornada, vença
a tentação dos desvios,
pois mais digna é a recompensa
dos que enfrentam desafios.
 
Sendo a trova a embarcação,
ao compor sempre acredito
que no mar da inspiração
o limite é o infinito.
  
É nobre o gesto de quem
o sofrimento ameniza,
partilhando o que mal tem
com alguém que mais precisa. 
 
 Em justa fraternidade,
o mais nobre gesto tem
quem, isento de vaidade,
faz o bem sem ver a quem. 
 
Lá vou eu, de verso em verso
- seja suave ou dura a lida -,
compondo pelo Universo
o poema da minha vida!...

 

TROVAS DE BOM HUMOR

Rei dos truques,, grande mágico,    (2º lugar em Nova Friburgo - 2013)
lamenta o drama que o arrasa:
Sua varinha – que trágico! –
não quer funcionar em casa.

Casou com moça donzela,            (Menção Honrosa Rio de Janeiro - 2008)
caiu na boca do povo:
pra burro velho e banguela
não adianta capim novo.
 

Toda vez que a sogra inventa                 (2º lugar Nova Friburgo, 2007)
de minha bóia filar,
eu capricho na pimenta
pra ver a velha chorar.

O pobre já não agüenta,
porque sempre, na hora “H”,                     (6º lugar Nova Friburgo, 2007)
quando ele vem com a pimenta,
ela esconde o vatapá.