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O QUE É “MAGNÍFICO TROVADOR” E COMO CHEGAR A SÊ-LO?
- Trova literária é um gênero poético cujo poema é constituído por quatro versos setessilábicos com sentido completo, rimando o 1º com o 3º e o 2º com o 4º.
Por que “Trova Literária”?
- Para diferenciar dos antigos trovadores medievais, cantadores, repentistas, cordelistas, etc. Em Portugal ela é chamada de “quadra”.
O movimento criou raízes na década de 50, com Luiz Otávio que, juntamente com o poeta J.G. de Araújo Jorge, idealizaram os Jogos Florais de Nova Friburgo, cuja primeira realização deu-se em maio de 1960.
Desde então o evento ocorre anualmente, estando agora em sua 59ª edição.
Como muitos autores reclamavam que os ganhadores eram quase sempre os mesmos, convencionou-se criar uma categoria à parte, chamada “Magníficos Trovadores”, para quem lograsse, por três anos consecutivos, classificar-se entre os dez primeiros. A princípio as trovas eram apenas de cunho lírico/filosófico/afins. Em 1968 a competição passou a ter também o gênero “humorísticas”, dando oportunidade, a partir daí, de um mesmo trovador tornar-se “magnífico” em dois segmentos: em líricas/filosóficas e em humorísticas.
Até 2018 foram agraciados com esse honroso título, em líricas/filosóficas, 38 nomes, sendo que 23 deles já faleceram. No gênero Humorísticas lograram o feito 17 autores, sendo 09 deles falecidos.
Apenas em Nova Friburgo eles concorrem em concursos à parte, que funcionam da seguinte forma: cada qual envia um conjunto de cinco trovas obedecendo ao tema proposto. Duas comissões organizadoras analisam os trabalhos. Uma julga e classifica os três melhores conjuntos; outra, julga e classifica as três melhores trovas isoladamente.
OBS = se o autor for “Magnífico” nos dois gêneros, só pode concorrer desta forma, sendo impedido de participar do concurso nacional. Caso ele seja “Magnífico” apenas em um gênero, neste ele concorrerá entre os confrades e, no outro, concorrerá normalmente no tema aberto nacionalmente.
Neste ano de 2018, cujas festividades ocorrerão entre 25 e 27 de maio, o concurso entre “magníficos” apresentou estes resultados:
Gênero líricas/filosóficas, tema “Ideia”, conjunto = 1º lugar: Sérgio Ferreira da Silva, 2º lugar: José Ouverney, 3º lugar: Pedro Mello.
Gênero líricas/filosóficas, trovas isoladas= 1º lugar: José Ouverney, 2º lugar: Arlindo Tadeu Hagen, 3º lugar: Sérgio Ferreira da Silva.
Gênero Humorísticas, tema “Vacina”, conjunto = 1º lugar: Arlindo Tadeu Hagen, 2º lugar: José Ouverney, 3º lugar: Therezinha Dieguez Brisolla.
Gênero Humorísticas, trovas isoladas = 1º lugar: José Ouverney, 2º lugar: Therezinha Dieguez Brisolla, 3º lugar: Sérgio Ferreira da Silva.
Minha trova classificada em 1º lugar, tema “Ideia”:
Tem cada ideia este “moço”
que habita meu peito antigo!
- pulsa forte, fala grosso
e discute amor comigo!!!
2º lugar - Arlindo Tadeu Hagen:
Na história das epopéias
heróis são seres normais
que vivem pelas ideias
e morrem por ideais!
3º lugar - Sérgio Ferreira da Silva:
No Poder, certos senhores,
de ideias pouco precisas,
trocam honras por favores,
como quem troca as camisas
Minha trova classificada em 1º lugar, tema “Vacina”:
Meu genro, infectologista,
tanta afeição me destina!
Sou a primeira na lista
pra testar qualquer vacina!
2º lugar - Therezinha Dieguez Brisolla:
O médico não a poupa,
a "coroa" está um bagaço:
- por que está tirando a roupa,
se essa vacina é no braço?
3º lugar - Sérgio Ferreira da Silva:
Eu sempre fui feio, amigo,
mas não aceito esta sina;
se me encaram, logo digo:
- foi reação à vacina!
Meu conjunto classificado em 2º lugar, tema “Ideia”:
Poucos usam seu talento
para expandir uma ideia;
por que comprometimento,
se é mais fácil ser plateia???
Tem cada ideia este “moço”
que habita meu peito antigo!
- pulsa forte, fala grosso
e discute amor comigo!!!
Mudei todo o meu conceito;
não tinha ideia do amor,
até provar seu efeito,
nas versões: - espinho e flor!
Drummond pôs a pedra ali,
usando jeito e talento...
- Do caminho a removi
mas, da ideia... já nem tento!...
Cada encontro desmarcado
dá-me a ideia peculiar
de que o presente e o passado
não querem se perdoar...
Meu conjunto classificado em 2º lugar, tema “Vacina”:
Se um louco inventasse, um dia,
vacina “anticorrupção”,
alguém o condenaria:
- crime de “contrainvenção”!!!
Meu genro, infectologista,
tanta afeição me destina!
Sou a primeira na lista
pra testar qualquer vacina!
Por meu voto, ele até até jura
que nunca aceitou propina
e eu, em respeito à censura,
mandei-o tomar... vacina!
E foi com muito embaraço
que a enfermeira se explicou:
- A vacina era no braço
mas a ampola “escorregou”!
Ela adora homem casado,
qualquer brecha, logo avança...
Mas eu já estou “vacinado”:
nem uso mais aliança!
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O conjunto lírico classificado em 1º lugar foi de Sérgio Ferreira da Silva:
Sem ter ideia nenhuma
do mal que um amor me fez,
sigo cego, pela bruma,
querendo amar outra vez.
Arrais da ideia constante
de amar, inglória Odisseia,
o meu peito é um navegante
que vive a mudar de ideia.
No Poder, certos senhores,
de ideias pouco precisas,
trocam honra por favores
como quem troca as camisas.
A mágoa do amor ausente,
avessa à minha vontade,
é uma ideia recorrente,
que os tolos chamam saudade.
Poeta, a estrada que anseias
(ladeada de azaleias)
já corre por tuas veias,
em infinitas ideias.
E o conjunto lírico classificado em 3º lugar foi de Pedro Melo:
Insubmissas, sem comando,
as ideias, num repente,
são borboletas voando
no jardim da nossa mente...
A caneta não avança
e a Inspiração faz trapaça:
- Quando o poeta descansa,
a ideia vem... de pirraça!
Penso em ti... me desvaneço...
Afundas minhas defesas...
Pergunto: como te esqueço,
se somos almas siamesas?
A Inspiração o perturba,
deixando-lhe a mente inquieta:
- As ideias vêm em turba
para assaltar o poeta...
Rainha de alma plebeia,
oscilas... e me deslocas...
E tu nem fazes ideia
das ideias que provocas...
Ficamos devendo, por ora, os conjuntos humorísticos de Arlindo Tadeu Hagen e Therezinha Diegues Brisolla.
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No ano de 2018 são sete os trovadores "vivos" , detentores de dois títulos de "magnífico trovador", ou seja, em líricas/filosóficas e em humorísticas:
Antonio Carlos Teixeira Pinto - Brasília
Arlindo Tadeu Hagen - Juiz de Fora
Edmar Japiassú Maia - Nova Friburgo
José Ouverney - Pindamonhangaba
José Tavares de Lima - Juiz de Fora
Pedro Ornellas - São Paulo
Sérgio Ferreira da Silva - Santo André.
Demais "magníficos" vivos, no gênero "líricas/filosóficas":
Antonio Messias da Rocha - Juiz de Fora
Carolina Ramos - Santos
Edna Valente Ferracini - São Paulo
Luna Fernandes - Rio de Janeiro
Maria Nascimento Santos Carvalho - Rio de Janeiro
Marilúcia Rezende - São Paulo
Octávio Venturelli - Nova Friburgo
Pedro Melo - União da Vitória & Adjacências
Completando a relação de "magníficos" vivos no gênero "humorísticas temos:
Therezinha Dieguez Brisolla - São Paulo