Manuel Martins de Oliveira Costa

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MANUEL MARTINS DE OLIVEIRA COSTA - Juiz de Fora/MG
Poeta português, nascido na cidade do Porto no dia 03 de abril de 1925. Seus pais: Américo de Oliveira Costa e Maria da Conceição Martins.Transferiu-se para o Brasil em 1952, estabelecendo-se como comerciante em Juiz de Fora, onde chegou a ser Vice-Cônsul, Substituto, de Portugal. Poeta/trovador de raro talento, falecido em outubro de 2005.

Nos beirais, em tardes calmas,
asas ao sol, às centenas,
as pombas brancas são almas
a quem a vida deu penas...

Há pão que chega depois,
numa família em jejum...
- Por haver quem coma dois,
há quem não coma nenhum!                         (Pouso Alegre-2001)

Passa por mim, não me vê...
- Talvez não me olhe jamais...
Não me conhece porque
eu a conheço demais!

Maria é mãe inocente,
mesmo com filho sem pai:
-irmã de toda semente
gera frutos quando cai.

Justiça ,cheia de manha,
mulher vendada e vendida!
-Perdendo a causa já ganha
dá ganho a causa perdida...

Nas pás de um moinho antigo,
reza o vento em ladainha,
pela alma branca do trigo
que a mó sem alma esfarinha.

Volta amor, à minha vida,
pões asas no coração,
que uma andorinha,querida,
sozinha não faz verão.

A franqueza do inimigo                                (8º Lugar Bandeirantes 1978)
dá tal chance de defesa,
que é bem melhor que o amigo
que não usa de franqueza.

De biquíni é tão travessa,
que o velho, pescando ao sol,
põe minhocas na cabeça,
em vez de pô-las no anzol...

Deu-lhe o sogro uma gravata...
E a sua emoção foi tanta,
que casou antes da data
sentindo um "nó"na garganta.

Para o trem,numa refrega,
corre a sogra esfoguetada...
Grita o genro:-"Pega...Pega..."
-E o trem pegou a coitada.

Morreu meu sogro, coitado,
nas garras daquela fera...
-Se o domador foi tragado,
já sei o fim que me espera...