Margarida Tannini - Juiz de Fora

 
Não adianta acender vela                                        (Venc. Niterói 2007)
na penumbra da prisão,
que a luz que clareia a cela
não clareia o coração.

Lutei, venci, tive glória,
e o mundo sem, escarcéu,
mudando o rumo da história,
pôs noutras mãos o troféu. 

Morreu donzela aos quarenta                                  (M. Especial Friburgo 2000)
Foi lá no inferno e voltou,
Seu calor a cento e oitenta,
Nem o capeta aguentou.

Humilhando o cego, à toa,                        (co-vencedora em Peruíbe - 1998)
o sem-mão lá da favela
suspira: “Que mulher boa!...”
E o cego: “Passa a mão nela!”