Mariinha Mota - Piquete

     Maria Augusta Beraldo Leite Mota (MARIINHA MOTA)  nasceu em Piquete no dia 18-02-1930, filha do Sr. Horácio Pereira Leite e Dona Maria de Lourdes Beraldo Leite. Alma sensível, espírito de luz, Casada com o professor e musicista Geraldo Sílvia Mota, teve eis filhos e vários netos. Mulher de fibra, Mariinha é uma das maiores representantes femininas piquetenses no campo cultural. Professora, ajudou na educação de muitas crianças e jovens.
     Segundo palavras de sua filha, a médica/poetisa Maria Auxiliadora Mota Gadelha Vieira: "Mariinha Mota faleceu aos 81 anos incompletos em 26/01/2011. Linda, elegante, gentil e brilhante, deixa uma lacuna impreenchível, mas seu legado permanece em seus versos e em seu exemplo de vida. SAUDADES!!!

 

 

Mesmo que a mágoa te açoite,
não te entregues ao sofrer,
pois o fim de cada noite
traz sempre um amanhecer.

Vede: o rio de ondas de ouro,
vindo de plagas amenas,
foi no próprio nascedouro
um fiozinho de água apenas...

Nunca tente amaldiçoar
todo o vozerio alheio.
De gente má a gritar
o nosso mundo está cheio.

Se guardaste com esperança
muitas riquezas humanas,
reparte tua abastança
aos que gelam nas choupanas.

Aproxima-te do bem,
procura-o com decisão,
e verás fulgir, além,
a suprema perfeição

Sempre, em tudo, o morticínio
vê o homem bruto, em ânsia.
Tendência para o extermínio
é suprema ignorância.

Sempre que o véu da tristeza
ensombrar teu coração,
repara quanta beleza
tens, ao alcance da mão.

Reparte, com amizade,
a prece, a comida, as vestes.
São juros da eternidade.
São dividendos celestes.

Os laços indestrutíveis,
que reúnem corações,
são, geralmente, invisíveis:
nascem só das emoções!

A bondade é flor que encerra,
no mundo, o maior troféu,
daqueles que, aqui na Terra,
vivem voltados pro Céu.

Nasceu na Terra a Bondade,
por ordem do Criador.
Tem por mãe a Caridade
e tem como pai o Amor.

Eu procuro, com freqüência,
desparzir o bem, a luz.
Sei que o fruto dá notícia
da árvore que o produz.

Quando vejo um passarinho
voltando para o seu ninho,
sinto uma dor muito aguda:
saudade do meu filhinho.

Vi, agora, um beija-flor
beijando uma linda rosa!
Lembrei-me, com grande dor,
do meu filhinho, tão prosa!

A diferença do olhar,
do homem que ama de verdade,
é como a brisa do mar
logo após a tempestade...

Mesmo a rosa mais bonita
de todas que a gente vê,
mesmo a bondade infinita,
nada se iguala a VOCÊ!

Recebe de alma serena
todo o golpe que te doa.
Opõe à voz que condena
tua paz serena e boa.