TEREZINHA MENDES LOIOLA nasceu no dia 17 de março de 1929, em Pouso Alegre. Filha de Juvenal Mendes e Maria Arantes Mendes. Suas obras: Primícias (livro de trovas e glosas), Nas Asas da Poesia (poesias), Na Taça da Saudade (coletânea de trovas com parcerias) e o romance Doce Recordação. Faleceu em Pouso Alegre, em 29 de agosto de 2011.
Por que exumar o passado,
trazendo os grilhões da dor?
Quem rumina o mastigado
engole mais amargor.
Regador da natureza,
a fonte, quebrando no ar,
se esborrifa de beleza
nas mãos do vento a bailar.
De retalhos de tristezas
e pedaços de alegria,
o trovador faz proezas
modelando poesias.
Oh!... Quando me olho no espelho!
Marcas que o tempo deixou...
Como chibatas de um relho,
os trilhos que a dor passou!...
A delicada mensagem
numa trova inteligente,
revela o autor e a linhagem
no conteúdo existente.
Uma gota de carinho
embriaga o coração,
é o doce alento do vinho
no cálice da afeição.
Velhice é vida vivida,
não um resto de existência...
- Toda flor emurchecida
já foi bela e teve essência!
Excesso de condimento,
estraga qualquer comida
- Ruminar ressentimento
é azedar a própria vida.
Ser um poeta, irmãos meus,
é ser alguém mais profundo;
é ver nas obras de Deus
todo céu aqui no mundo.
Na terra não foi ninguém,
mas no céu será louvado,
o pobre que com desdém
por todos foi renegado!
A saudade é um resto vago
onde a lembrança ficou;
no coração faz estrago
mas alegra o que passou.
Sou maquinista de linha,
condutor do próprio eu,
cuja máquina caminha
nos trilhos que Deus me deu!