Ponderações da Presidente Nacional - 23.02.2015

Ponderações da Presidente Nacional - (o texto está no caderno "Opinião")
(texto de Domitilla Borges Beltrame, Presidente Nacional da UBT - União Brasileira de Trovadores) 
 
Quando respondi neste site  o texto do José Ouverney, e  no Boletim Nacional , pensei que o assunto “NOVOS TROVADORES e VETERANOS” estivesse encerrado, mas eis que a polêmica  voltou e de uma forma mais agressiva.
Em atenção aos trovadores filiados à UBT, volto a me manifestar e, pela última vez, sobre esta polêmica.
O texto da Carolina Ramos, publicado, foi-me enviado como carta no dia 02 de fevereiro, precedido do seguinte e-mail:
 
From: Carolina Ramos
Sent: Wednesday, February 04, 2015 12:50 PM
To: Domitilla
Subject: Vet. e Nov.
 
"Prezada Domitilla. Atendendo ao seu pedido, envio-lhe o meu arrazoado sobre a questão em pauta.
É sincero e traduz absolutamente o que penso a respeito. Já tinha opinião formada quando me foi enviado por alguém da UBT/Santos a coluna Falando de Trovas do Ouverney. Lá estava a opinião dele a do João Costa e de mais alguém cujo nome não consigo lembrar. Depois disso, não conheço a opinião de ninguém a não ser a do Flávio, que sendo Pres. do Conselho, precisava ser consultado antes que eu expusesse meu parecer.
 
Ele estava de pleno acordo com o que argumentei,  dizendo-se, inclusive. arrependido quanto à votação e que ele e tb Tadeu Hagen, achavam que essa questão tinha sido aprovada sem o devido estudo que merecia.
 
O que você mencionou a respeito da alegria de uma Novata ter conquistado um prêmio, é o óbvio,
Domitilla, quem não ficaria?! Mas a questão é que ela (que não sei quem é) talvez esteja desmerecendo uma carreira que com um ligeiro retardo, poderia ser brilhante, sem a necessidade desse impulso, nada edificante, inicial.
 
Que nossa visão venha de cima, Domitilla. É preciso que tenham um pouco de humildade para reconhecer que o passo não foi certo. E que depõe contra a própria UBT! Não sei quem mais possa ter se manifestado a esse respeito a não ser as 3 opiniões que li na Coluna do Ouverney.
 
O Stefani acredito que tb já lhe tenha escrito. E juntando o meu arrazoado que ora lhe envio, não acredito que nenhum dos nomes citados tenha interesse em desprestigiar ou cobiçar a sua Presidência, uma vez que o cargo já fora oferecido ao Stefani que o recusou, assim como o Tadeu e eu também, há muito tempo, como você já sabe.
 
O que se deseja é uma análise fria do assunto, que é de suma importância para todos e particularmente para a UBT, e, repito,  a humildade, de reconhecer, se for o caso, que o passo foi errado, sem polêmicas e discussões, que separam,  invés de agregar.
 
Este e-mail já está pesado. Não vou anexar o meu artigo que seguirá isoladamente.
 
Abraço amigo. Carolina"
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Minha resposta ao e-mail e à carta foi a seguinte:
 
 
 "Carolina,
Li e reli sua carta com muita atenção.
Muito obrigada por suas ponderações. Fico-lhe grata pela intenção de ajudar. Suas sugestões serão analisadas e, se procedentes, colocadas em prática em 2016.
Em 2015 a medida já está implantada e praticada pelas Seções que já lançaram seus concursos, inclusive com resultados já publicados; até porque foi aprovada pelos Presidentes Estaduais por unanimidade.
Ao final de 2015, as próprias Seções deverão aprovar ou reprovar o novo sistema e o que elas decidirem será soberano e o Presidente Nacional eleito para o biênio 2016/2017 tomará decisões em função disto.
Grande abraço
Domitilla"
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Talvez eu devesse ter me justificado melhor, mas não sabia que a carta seria enviada para ser publicada neste site. Achei que fosse uma correspondência interna  entre membros  de uma diretoria, como costuma ser.
 
Confirmo que, respeito a opinião da Carolina e de todos os que se manifestaram, mas não posso concordar.
Vejam: esta decisão de criar as duas categorias Novo Trovador e Veterano foi tomada na I CONAPREST – Convenção Nacional de Presidentes Estaduais, por todos os 6 presentes que a apoiaram por UNANIMIDADE. Um mês antes da convenção, foi enviado a cada participante, um questionário sobre os assuntos a serem discutidos, onde cada um colocou sua opinião concordando ou não com o que seria proposto, afim de agilizar a reunião; portanto não foi uma decisão precipitada e tenho todas as respostas arquivadas.
As decisões tomadas neste encontro, foram amplamente divulgadas pelo Boletim Nacional, pelo Informativo de São Paulo e por este próprio site que publica todas as circulares enviadas aos Presidentes Estaduais.
Passaram-se 6 meses , sem que NINGUÉM  contestasse as decisões, todas elas tomadas no sentido de fortalecer a UBT,
entre elas a criação das categorias Novos Trovadores e Veteranos.
Depois de implantada a nova regra, depois de termos 6 concursos em andamento, o de Nova Friburgo em fase de julgamento e o de Cantagalo publicado o resultado é que sou
chamada a ter humildade para rever a decisão?
Humildade não me falta, prova é que, não estou tomando nenhuma decisão sozinha e nem às escondidas. Não sei se depois de Luiz Otávio, algum Presidente Nacional convocou uma reunião com Presidentes Estaduais para discutir o cronograma de sua gestão, como fiz; pelo menos enquanto exerci o  cargo de Presidente Estadual de São Paulo por duas ou três gestões,  nunca fui chamada ou consultada.
Se não me falta humildade, também não me falta bom senso.
Como vou rever e voltar atrás na criação de Novos Trovadores e Veteranos depois de implantado e funcionando?
Simplesmente anular todos os concursos?  Frustrar os Novos Trovadores já classificados e felizes por poderem, pela 1ª vez,
participar de uma festa da UBT?
Não posso e não vou fazer isto. Pelo menos em 2015 os concursos seguirão com a nova regra. Em 2016, com a experiência de 2015, caberá ao novo Presidente eleito, avaliar e resolver se continua com este modelo ou o revogue.
 
Um dos argumentos apresentados no texto da Carolina é que uma Trova que não esteja à altura de uma premiação, “desmerece e desdoura” qualquer vitória” e, mais adiante: “Os novos trovadores devem ser bem recebidos e estimulados a crescer sem bajulações...” e “sem que , para ganhar um troféu, tenham que ser os Veteranos compulsivamente afastados  do caminho que eles começam a trilhar, tal se fossem pedras que lhes impedissem a vitória”. Contra este argumento, lembro-lhes as palavras de Rodolpho Abbud no livro “A Saga dos Magníficos”, editado em comemoração dos 50 anos dos Jogos Florais de Nova Friburgo, na  página 4:
 
" Após a criação dos Primeiros Jogos Florais de Nova Friburgo em 1960 foi fácil perceber que grandes trovadores da época sentiram-se estimulados a participar
dos mesmos. Todos os amantes da Trova tiveram, então, a oportunidade de conhecer e admirar  a facilidade, a sensibilidade, a criatividade e a maestria
com que manejavam os quatro versos da trova. Verdadeiras joias literárias foram surgindo anualmente, em cada nova edição do evento.
Era uma demonstração da capacidade dos trovadores para demonstrar seu talento na criação de novas trovas nos temas mais diferentes.
Assim foram surgindo trovas sobre amor, saudade, ciúme, beijo, vida, mulher, noite, despedida, etc etc.
A inspiração dos trovadores era inesgotável. No entanto, o que parecia deleite para todos, passou a ser preocupação, não só para os promotores dos concursos,
como também para Luiz Otávio, seu principal criador e mantenedor. Os principais trovadores premiados anualmente, com poucas exceções,  repetiam-se e o
que deveria  ser um estímulo para o aparecimento de novos trovadores, novos cultores do pequeno poema que tanto nos encanta, poderia transformar-se em
desencorajamento, já que o espaço estava ocupado. Com a maior justiça, diga=se de passagem
Como resolver o dilema?
A"linda trova perfeita, que nos dá tanto prazer, tão fácil depois de feita. tão difícil de fazer"- no dizer do  grande trovador Adelmar Tavares- era o primeiro
objetivo da festa anual. Desse modo o assunto foi objeto de estudos e reuniões entre os dirigentes da UBT de Nova Friburgo, recém criada e Luiz Otávio.
Os grandes premiados de então eram trovadores extraordinários, já consagrados nacionalmente.. Luiz Otávio  pensou em criar um título  especial para eles,
já que não poderiam mais participar . Eram realmente "Magníficos".
A forma encontrada para que os concursos prosseguissem  foi a consagração  desses grandes trovadores com o título de Magnífico Trovador, passando a participar
 das festividades como convidados especiais. No entanto, muitos deles ficaram tristes  por não mais poderem concorrer. A solução encontrada foi a
criação do "Concurso Paralelo" para os Magnificos, o que acontece até hoje.
ASSIM,  OUTROS  TROVADORES CONTINUAM SURGINDO ANUALMENTE, POIS NOVOS TALENTOS TÊM TIDO OPORTUNIDADES."
 
Será que Luiz Otávio tão lúcido e justo, estava “bajulando”os 
trovadores que não mais conseguiam competir com os grandes?  Será que as trovas compostas por quem não conseguiu ainda o título de Magnífico Trovador “desdoura” ou desmerece a UBT?
Alguém já ouviu falar de algum trovador que, por não ser “Magnífico” se sinta diminuído por causa disso? TENHO CERTEZA QUE NÃO .
 
Outro argumento: ” É bom lembrar outra particularidade que poderá ser agravada pela contestada decisão que nos divide, é que esta decisão poderá pesar inda mais sobre o orçamento das premiações, principalmente de Jogos Florais já difíceis de enfrentar!  Para tentar contornar esta dificuldade tornando mais caros os orçamentos, a primeira solução a vir à tona é que se corte a premiação, dividindo entre Novos e Veteranos. Ficariam assim, 5 classificações para cada um, invés de dez.”
A nova norma não é esta e sim, que além das premiações normais , sejam  dadas, no mínimo mais 5 aos Novos Trovadores. E eu pergunto: se é para o crescimento e expansão da UBT, o que são mais 5 diplomas e 5 medalhas?!...
Quanto à hospedagem, quantos classificados não podem comparecer e suas ausências são cobertas por convidados? Por que não um trovador que nunca teve oportunidade de comparecer a uma destas festas, estar lá como classificado?
 
Mais um argumento: “Com a nova medida, a UBT passa a premiar não Trovas, mas Trovadores, sejam eles Veteranos ou Novos com sensível prejuízo á qualidade das premiações...”
Como? Se as classificações serão diferenciadas: os Veteranos com suas lindas Trovas  e as Trovas do Novos, com  menos qualidade talvez, mas dentro de uma competição em sua categoria. As Trovas é que serão sempre premiadas.
 
Carolina termina a carta dizendo: “É por isso, cara Presidente que, como membro do Conselho Nacional da UBT, lamentavelmente sou forçada a dizer-lhe que desaprovo a medida!”
Novamente eu digo: respeito sua opinião e só me resta dizer-lhe o seguinte: como membro da Diretoria , você teria todo o direito de ter convocado uma reunião para discutir esta medida, 5 ou 6 meses atrás, antes dela ser implantada. Por que não o fez?  Por que esperar para se criar este mal estar entre os trovadores?  Toda esta polêmica?
 
O caso colocado no “complementando” do texto é totalmente diferente do que ocorre agora:  lá em Niterói sim, alguns trovadores seriam prejudicados . Agora não; ninguém será prejudicado... 
Terminando: em Nova Friburgo, neste ano, ficou resolvido que, para  o trovador passar a magnífico em Humorismo, não precisará mais ser classificado entre os 5 primeiros colocados mas entre os 10.
Esta medida não foi contestada e nem interpretada como “bajulação”. Será que os agraciados por esta nova medida terão seu “amor-próprio anestesiado” por lhes ter sido facilitado chegarem ao título de Magnífico? ? Será que os magníficos que conseguiram o título pelo critério anterior, considerarão os novos Magníficos, guindados pelo novo critério, “Magníficos  Menores”, com menos méritos?
Penso que não, assim como um Novo Trovador não se sentirá humilhado por estar nesta nova categoria. . Antes, se sentirá estimulado, praticará mais, participará mais e mais cedo ele estará entre o Trovadores Veteranos.
Pense no que seria do Neymar se ele tivesse sido colocado para jogar entre as “feras” cedo demais! Provavelmente ele teria desistido por se considerar muito abaixo do desempenho dos jogadores experientes. É exatamente o que acontece na UBT. Muitos desistem, após algumas tentativas em concursos sem terem sido classificados. É isso que queremos conter: a fuga de trovadores da UBT.
 
O fato é que alguns criticaram , mas só vi uma sugestão: fazer um plebiscito.
Vamos lá: a ideia não é de todo descabível, mas tardia; mesmo porque tudo na UBT é demorado. . Além disso, fazer um plebiscito seria desautorizar os Presidentes Estaduais, que foram eleitos para representar o seu Estado. 
Vejam: em janeiro de 2014, demos início ao cadastramento dos associados da UBT; até hoje ainda não tenho em mãos o cadastramento total; ainda há Seções e Delegacias que não enviaram suas fichas.
Outro fato: em outubro de 2014 deveriam ter sido realizadas eleições em todas as Seções: ainda não recebi todos os resultados, e eu pergunto: por que?
Porque grande parte das Seções, mesmo com a redução dos membros para 6 necessários para uma diretoria, ( também aprovada por unanimidade na CONAPREST) não possuem este número de associados; são verdadeiras “Seções Fantasmas”... Então , quando alguém, imbuído das melhores intenções procura soluções para a UBT se expandir e não vir a acabar, invés de receber sugestões, soluções, recebe críticas até de pessoas que não são associados da UBT, como vi no site.
 
Com este meu longo “ arrazoado” ponho fim, de MINHA PARTE , a esta polêmica. . Como já disse, o sistema está implantado, e o mínimo que espero de todos os que amam a UBT e sua torcida para o sistema dar certo. Se não der, em 2016 não serão os críticos que o abortarão, mas as próprias seções e delegacias que o promoveram. Estas sim, tem autoridade para tal.
Nos meses que restam de minha gestão, vou me dedicar ao cumprimento da promessa de editar “Meus Irmãos Trovadores – Volume II”. Para tanto estou contando com a colaboração dos que se dispuserem a ajudar para que ao editá-lo não apareçam críticas, como foram feitas ao “A Trova –Raizes e Florescimento”. Carolina se esforçou, teve um trabalho insano que lhe consumiu dias e noites de trabalho, cansou de pedir  colaboração  e nem todas as Seções e Delegacias enviaram seu  histórico solicitado; depois vieram reclamar que o livro cometeu omissões...Não é justo.
Não desejo ouvir reclamações por terem faltado Trovas deste ou daquele Trovador, desta ou daquela Seção.
Por favor , nos ajudem!