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DORALICE GOMES DA ROSA nasceu em São Francisco de Paula/RS, a 20 de janeiro de 1933, filha de Camilo Gomes e Zélia de Souza Gomes. Viúva do também poeta Conrado da Rosa. Trovadora, repentista e acordeonista de raro talento, com apresentações em rádio, TV e demais eventos. Faleceu em Porto Alegre, onde era domiciliada, no dia 18 de fevereiro de 2017, logo após completar 84 anos. Era viúva do também trovador Conrado da Rosa..
Na solidão do meu rancho,
nossa rede, que ironia,
ainda presa no gancho,
embala a noite vazia.
Hoje, nós dois, no abandono;
perdidos, sem mais escolhas:
– dois galhos secos no outono (5º lugar Friburgo 2008)
que o vento varreu as folhas.
Teu amor é uma jangada
que aportou com muito jeito
e agora vive ancorada
nas amarras do meu peito.
Pra sorrir não tenho hora...
nas mágoas não me concentro;
mostro um sorriso por fora,
mesmo chorando por dentro.
Cai a chuva e com malícia,
num jeito todo atrevido,
vai moldando com perícia
teu corpo sob o vestido.
Ao Patrão Velho e buenacho,
pedindo, tiro o chapéu:
-- Olha um pouco aqui pra baixo,
manda uma bênção do céu.
Que o velhinho em seu trenó,
campeando luas e luas,
tenha compaixão e dó
dos piás que vivem nas ruas!
Quando eu cruzar a porteira
para o plano do infinito,
levarei minha bandeira
com meu protesto e meu grito!
Meninas, eis um conselho:
vêde bem por onde andais!
A honra é como um espelho,
se quebrar, não cola mais...
Não quero saber de intriga
pois cheguei à conclusão:
é melhor viver sem briga,
do que brigar com razão!
HUMORÍSTICAS
Aquela coroa enxuta,
mal anoitece, ela sai,
dizendo que vai à luta
- só Deus sabe onde ela vai!
Sogra boa - não se iluda!
Se existiu, morreu à míngua. (1º lugar Maranguape 2008)
A não ser que seja muda
e a boca não tenha língua.
O capeta à Terra veio, (Menção Honrosa em Porto Alegre - 1999)
fugindo do fogo eterno
e ao ver o mundo tão feio,
voltou correndo pro inferno.