TRIBUTO A JOSÉ MONTEIRO = 13.08.1938 - 08.09.2021
Ainda que pareça incrível, fui perdendo o gosto de frequentar eventos trovísticos por uma razão bem simples: é doloroso demais conviver com tantas perdas. De 1999 a 2018 (período em que frequentei as solenidades de premiações), perdi a conta de quantas pessoas estimadas foram fixar residência em outro Plano. E de 2019 a 2021, periodo dominado pela pandemia, não houve festejos mas continuamos sofrendo consideráveis baixas. Não dá nem para descrever.
O mais recente choque tive-o na manhã de 09 de setembro de 2021 ao abrir o facebook e me deparar com o comunicado de pesar da UBT, Seção de Nova Friburgo, comunicando o falecimento de José Moreira Monteiro, o bom José de Bom Jardim, marido da Alcidea, "amigo de tantos caminhos e tantas jornadas" que, agora, a exemplo de tantos outros, simplesmente se transforma em saudade... Mais uma, a povoar nossas lembranças e machucar nossos corações. O Zé das trovas irreverentes, jocosas. De um humor ímpar, tal como podemos constatar nas trovas a seguir:
Dizem que seu ovo torna
a gente mais arretado;
já comi até a codorna,
não vi nenhum resultado!
Com minha sogra lutava,
só que eu não parava em pé;
cada tombo que eu levava,
a velha gritava: "Olé"!
Perguntaram-me: - Tens caspas
no teu couro cabeludo?
Eu respondi: - Não... e, entre aspas:
- "os piolhos comem tudo"!
E até filosofando ele não deixava de exercer seu lado cômico:
Achei que o mundo era louco,
o mundo achou que era eu,
e descobri, pouco a pouco,
que a maioria venceu...
Grande Zé Monteiro, a Trova te ama, vá transbordar o seu bom humor onde Deus o instalar e não se esqueça de nós, porque nós nunca o esqueceremos.
Abraço, irmão de sonhos! Até mais.
- texto escrito por José Ouverney, em 09.09.2021 -