Octacílio Cruz Peixoto - Campos/RJ

     OCTACÍLIO CRUZ PEIXOTO, filho de Antonio Caetano Peixoto e Mariana Cruz Peixoto, nasceu no dia 24 de agosto de 1914 em Campos/RJ. Exerceu inúmeras atividades na vida, com predominância no comércio.

É cega a sorte, parece,
e cega que ver não quer.
-Passa por quem a merece,
e abraça um tipo qualquer...

Minhas noites mal dormidas,
minhas esperanças novas,
as esperanças perdidas,
transformo-as todas em trovas...

Depois do tempo passar,
à minha terra voltei...
Nada mais pude encontrar,
nem eu mesmo me encontrei...

Pelo que, às vezes, percebo,
e também alguém me conta,
esta vida é um pau-de-sebo,
com nota falsa na ponta...

Quando é mal feito umserviço,
tem de ser feito outra vez.
Perdem o valor, por isso,
o serviço e quem o fez.

Raposa tem sete manhas,
mas têm mais as más esposas.
E, se apostares, tu ganhas:
- Manhas de sete raposas...

Com sabedoria imensa,
sempre dizia o meu tio:
- Enquanto o sabido pensa,
o bobo atravessa o rio...

Com doce fascinação,
teus olhos verdes, tão belos,
fazem o meu coração
bater mais que dez martelos...

Certo moço é apresentado
a um sábio, como deseja.
E o sábio, ao moço calado:
- Fala, para que eu te veja.

Concordo com o velho Chico,
acho que ele tem razão:
- É melhor ser cão de rico,
que um pobre dono de cão...

Rico, às vezes, pobre fica,
pois a vida não é "canja".
Já vi gente que foi rica,
passando a pão e laranja...