ESTAMOS PENSANDO NO FUTURO DA TROVA!

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ESTAMOS PENSANDO NO FUTURO DA TROVA    

O ano de 2008 está chegando ao fim e, com seu término, uma comemoração especial se avizinha: os cinquenta anos dos Jogos Florais no Brasil.

      Com essa comemoração todo-importante, uma pergunta aparece e merece uma consideração: para onde vamos?

      Talvez soe estranho perguntar isto, mas é natural: qual é o futuro do único movimento poético coeso que existe no Brasil: Qual é o futuro da Trova e da UBT?

      Alguns dos grandes expoentes da Trova já partiram e, honestamente falando, não há renovação de nossos quadros na mesma proporção em termos qualitativos e quantitativos.

     Devido à própria natureza do verso de forma fixa, a Trova não permite a liberdade de construção que há na Poesia Moderna. Os próprios temas dos concursos de Trova, com raras exceções, são repetitivos. Os Trovadores que conseguem fugir do óbvio são poetas, na imensa maioria, na casa dos 50, 60, 70...

      Como será a UBT daqui a 10 ou 20 anos? Alguns, se vivos, estarão bem idosos, e outros não estarão mais conosco. Quem ficará? Aqueles que ficarem o que poderão fazer pela perpetuação da Trova?      Eu faço parte de uma UBT numerosa e presente nos resultados dos concursos em todo o país, que é a Seção São Paulo. Olhando para nós, alguns estão na casa dos 60, 70... Não quero citar nomes e idades, porque não me é permitido fazê-lo, mas reflito: como será a minha seção daqui a 10 ou 20 anos? Parece muito tempo, mas passa rápido.

      E, pensando na minha UBT, logo vem a minha mente outras seções e delegacias: como ficará, por exemplo, a seção de Niterói quando seu grande presidente, hoje com mais de 80 anos, não estiver mais a frente? Quem realizará os Jogos Florais de Niterói? Acontecerá com ela o que aconteceu com Barra do Piraí, hoje sem UBT? Como ficará a UBT Rio de Janeiro, atualmente bastante desfalcada porque alguns de seus mais notáveis expoentes já não estão mais em nosso meio?

      Precisamos nos renovar, senão corremos o risco de minguarmos a ponto de virarmos uma entidade simbólica. Precisamos de gente nova, mas que tenha talento ou, pelo menos, potencial.

      O ano de 2009, com o cinquentenário dos Jogos Florais no Brasil, nos propiciará uma oportunidade muito importante de refletirmos acerca do futuro da Trova.