Olga Agulhon

    OLGA AGULHON, filha de João e Dimara Agulhon, nasceu em Assis/SP, a 06 de dezembro de 1965. Est´pa em Maringá desde os 7 anos. Formada em Pedagogia e Letras. Dona de extenso currículo literário. É presidente da Academia de Letras de Maringá desde 2008. Tem vários livros lançados: "Delírios - 1991 (poesias), "As Três Estatuetas de Bronze" - 2000 (infanto-juvenil), "O Tempo" - 2003 (poesias), "Germens da Terra" - 2004 (contos).  Maneja com a mesma habilidade a Trova, a Poesia Livre e a Prosa. Membro atuante da empresa Cocamar, esposa de Antonio Molonha, mãe de Ana Carla e Isabela.

Quando o amor fica em ruína,
sem chão, paredes... ou teto,
o alicerce nos ensina
que só o carinho é concreto.

As dores e os desencantos,
lancem ao pó das estradas...
– Façam dos lares recantos
que lembrem contos de fadas!

 

No colo do solo bruto,
se a semente é bem tratada,
por prêmio colhe-se o fruto
da esperança ali plantada.

 Mira a “boneca” o “pendão”
que a contempla lá de cima...
– É o milho em fecundação
pra safra que se aproxima!

Não há fronteira na vida
que separe um grande amor,
quando a ponte for erguida
pelas mãos do Criador.

De nada vale uma imagem
de Cristo em sua parede,
se você nem tem coragem
de dar água a quem tem sede.

De viver, não tenha medo;
todo receio é bobagem...
Dessa receita, o segredo
é a pitada de coragem.

Coragem: medo vencido...
Fé em Deus, em nós, na lida.
Nunca nada está perdido,
se há amor em nossa vida.

Fechamos o coração
por medos e razões várias,
sem percebermos que são
barreiras imaginárias.

O homem do barro nasceu...
A mulher, de uma costela.
Mas ele sobreviveu
porque estava ao lado dela.

A chuva benze a semente,
que o homem planta no chão;
e Deus permite que a gente
transforme o trigo no pão.

No coração trago a estrada
e, no olhar, terras sem fim... 
Mas a rotina, malvada, 
fez cercas no meu jardim.

Era uma estrada deserta,
com muito barro... atolamos.
Não me lembro a data certa;
lembro o quanto nos amamos!

Resisti enquanto pude,
mas não houve solução...
-- Abandonando a virtude,
entreguei... o coração!

Nessa entrega louca, insana,
descobri que sou assim:
-- Tenho a alma de cigana
e fogo dentro de mim.

Confessar? Não sei se devo,
tenho muito o que contar...
Mas prefiro quando escrevo,
sem ver censura no olhar!

No coração trago a estrada
e, no olhar, terras sem fim...
Mas a rotina, malvada,
fez cercas no meu jardim.

 

Sou cinquentona, e daí?
O que vier eu encaro...
Como o mel do jatai,
não fico velha... açucaro!