Oswaldo Reis

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          O cara é gente do bem, muito simples, inteligente. Adora fazer trovas, só não gosta de concorrer em concursos. Não tenho dúvida em afirmar que se trata de um dos melhores trovadores humorísticos do Brasil.

           Nascido em 09 de outubro de 1950 em Bom Sucesso/PR. Radicado em Maringá/PR, onde veio a falecer, em 08 de janeiro de 2017, aos 66 anos.

                                                        OBS:  (foto "roubada" do blog do Pedro Mello)

 

 

 

 

Abaixo, texto de Antonio Augusto de Assis:

"Faleceu na noite dia 8/01/2017, em Maringá, o escritor Osvaldo Fernandes Reis, 66 anos.
Durante muitos anos ele foi o Rei Momo da cidade e trabalhou como chefe de gabinete do ex-deputado federal Renato Bernardi e do ex-prefeito Said Felício Ferreira.

     Radicado em Maringá desde muito jovem, Osvaldo nasceu paranaense na fazenda Santa Helena, município de Bom Sucesso. Foi historiador e colaborador de vários jornais e revistas. Foi um dos fundadores da Academia de Letras de Maringá e integrante da seção local da UBT - União Brasileira de Trovadores.

     Gostava de definir-se como “um contador de causos”. Ótimo declamador, destacava-se pela impressionante memória, capaz de dizer de cor longuíssimos poemas. Fazia ponto nos finais de semana na Confeitaria Açucapê, onde passava horas batendo papo com uma roda de amigos. Há muitos anos sofria de diabetes.

     Livros publicados: “Boca maldita – poucas e boas das velhas raposas” (1994); “Maringá e seus prefeitos” (1996); “Maria 57 anos – a história em conta-gotas!” (2004); “Napoleão Moreira da Silva – um monumento da história” (2008); “O pioneiro anônimo” – cordel (2008); “Essas crianças” (2011)."

 

Com a Internet, hoje em dia,
até o maestro desanda.
A banda-larga o inebria,
vicia, e ele larga a banda...

Enquanto conta lorota
cantando as gatas na rua,
em casa vira chacota,
por não dar conta da sua...

Companheiro, estenda a mão,
que nem um bom cavalheiro,
ao colega, amigo, irmão...
porém lave a mão primeiro!

“Tem quantas partes o crânio?”,
pergunta a mestra à piazada.
Responde unzinho, instantâneo:
“Depende da cacetada!”

Menininha no quintal,
tadinha, brincando só,
faz algo que lhe faz mal:
cata cocô de cocó...

Mostra o sábio, o que destaca
do burro a paca, e sussurra:
- é que o burro sempre empaca
e a paca jamais emburra...

Passei uma tarde inteira
ouvindo discursos, mas...
é melhor ouvir besteira
do que ser surdo, rapaz!...

A sereia canta e encanta;
isso eu não faço, mas deixe...
Embora sem graça tanta,
eu também vendo o meu peixe.

Do Ano Velho ao Ano Novo:
- Baixa a pose, ó garotão,
que num zás o jovem ovo
torna-se um galo ancião!...

Não por acaso, sou fã
deste casal fascinante:
-  o meu galinho é um "galã";
minha galinha, chocante"...

O reco pergunta ao eco
qual reco que tem mais eco;
o eco responde ao reco
que é o reco do reco-reco...
 
A trova se desapruma,
e dela não há quem ria,
se a rima que a gente arruma
rema rumo à baixaria...

Por justas causas, e fartas,
perdeu o carteiro o emprego:
em vez de entregar as cartas,
jogando cartas foi pego...

 

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Arre, achei duas trovas "séria" dele, rs! O cara é muito cômico. Além de genial!

Seria bem mais coerente
se na festa do Senhor,
em vez de trocar presente,
a gente trocasse amor!

Se a fé em Deus te acompanha
na andança de déu em déu,
podem barrar-te na Espanha,
nunca na porta do Céu!