Que saudade, Luiz!

     Você amou a trova e a todos nós, os seus sonhantes discípulos. Por isso, Luiz Otávio, fizemos do dia em que você nasceu, 18 de julho, o nosso dia, o Dia do Trovador. Que bom lembrar você! Sua voz cantante, seu meigo olhar, seu sorriso paterno-fraterno. Você às vezes até exagerava um pouco na sua paixão pela trova.

     Mas apóstolo é assim mesmo: leva o ideal ao ponto extremo. Apóstolo da trova. Carinhoso, amigo de todos os trovadores do Brasil. Do mais hábil construtor de versos ao mais timidozinho cantador da roça. Você visitava a gente, levava a gente para jantar e batepapear na sua casa, botava a gente numa Kombi (lembra?) e saía a mostrar os encantos do Rio enquanto de trova falava. Você escrevia para todos, respondia às cartas de todos, ensinava, animava, algumas vezes ralhava com a gente.

     E com que ternura, Luiz, você fazia tudo isso! Muita gente passou a gostar de trova por gostar de você: contágio mesmo. Você chegava a esquecer as suas próprias cantigas para dar colo e carinho às cantigas dos outros. Torcia pelos irmãos menos experientes. Gritava hip-hip-hurra quando um de nós ganhava mais um prêmio em concurso...      

     Hê-hê, Luiz, igual a você não nasce mais. Deus o abençoe aí em cima, onde você, por certo, anda fazendo belos duetos com São Francisco de Assis! Uma dupla assim é capaz de deixar o céu inteiro em estado de sonho!