Renata Paccola - São Paulo

RENATA PACCOLA Frischkorn , escritora e advogada, nasceu em São Paulo no dia 18 de março de 1963, filha de Carlos Frischkorn, advogado, e Claudette Lelina Paccola Frischkorn, professora de Inglês e Alemão. Graduou-se em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pertence a diversas entidades literárias e já publicou três livros: "De vulto a volta" (Editora Mirante), "Tempo" (Ed. Scortecci) e "Grilhões de vidro" (Ed. Scortecci). Conquistou centenas de prêmios literários em quase todos os gêneros e modalidades (haicai, trova, soneto, poesia livre, conto, crônica) no Brasil e no exterior. Artesã da palavra de estilo notável, tem especial talento para a trova humorística.   =   (Texto de Pedro Mello) 

Sinto a dor de quem confessa     (2º lugar ATRN Natal 2014)
que minha vida pequena
foi o ensaio de uma peça
que jamais entrou em cena...

A maré desce e descansa

enquanto a onda passeia,            (5º lugar em Caicó/RN - 2012)
acariciando a criança
e seus castelos de areia...

É na busca pela paz
e o conhecimento novo             (co-vencedora no Chile - 2012)
que tantas vezes se faz
a identidade de um povo!

Por tantas vezes perdido               (4º lugar ATRN Natal em 2011)
nas vertentes do destino,
segue em busca de um sentido
o meu sonho peregrino...

Nacionalismo é sentir
uma comunhão tão alta                    
(3º lugar IV Jogos Florais Corumbá 2009)
que nos leva a repartir
até mesmo o que nos falta.

Insensatez... Causa? Efeito?            (co-vencedora em Guaxupé/MG - 2009)
Sentimento ou atitude?
Para quem pensa, é defeito;
para quem sonha, é virtude!

 

 

Já não há nenhum prazer
que em público a lei permita:                         (Ribeirão Preto 2009)
quem quer fumar ou beber
tem que virar eremita!

O desejo, por instinto,                   (Menção Honrosa em Pouso Alegre - 2008)
e a carícia, por encanto,
vêm criar o amor que eu sinto
e inspirar o amor que eu canto!

Fraternidade é sentir
uma comunhão tão alta                 
(3º lugar Concurso Rosacruz Londrina 2008)
que nos leva a dividir
até mesmo o que nos falta…

Nosso tempo de criança...
Os velhos sonhos de outrora...
A saudade é uma lembrança                                (Maranguape 2008)
que se esqueceu de ir embora!

O futuro, eu mesmo faço
nas sementes que eu espalho,                     
(8º lugar em Natal, 2006)
transformando meu cansaço
nos frutos do meu trabalho.

Na inspiração oportuna
pode o poeta buscar,
mais do que criar fortuna,              (1º lugar Petrópolis 2004)
a fortuna de criar.

É um arquivo de desmandos            (Clube Pinheiros SP, 2004)
a memória do poeta:
desobedece aos comandos
quando a paixão não deleta...

No meu sótão de memórias,           (Clube Pinheiros SP, 2004)
vivem lembranças sem fim,
num velho baú de histórias
vividas dentro de mim...

Nossos momentos felizes
semeados na memória,                   (Clube Pinheiros SP, 2004)
fazem crescer as raízes
que sustentam nossa história!

Eu que fui grão escolhido                                    (MH Maringá 2002)
nos trigais da mocidade,
hoje sou pão ressequido
nas migalhas da saudade...

Quem divide os próprios dias              (Menção Especial Porto Alegre 2001)
ajudando a quem precisa
multiplica as alegrias
e as tristezas, suaviza.

Conquistar novos espaços...                (Concurso da UBT SP - 2000)
eis a semente da guerra.
Tantas vidas em pedaços
por um pedaço de terra!

Não quero a vida vazia
com práticas e horas certas, (            3º lugar em Sete Lagoas - 2000)
mas polvilhar cada dia
de pequenas descobertas...

Meu coração machucado             (Menção Especial Rio de Janeiro - 2000)
foi o pior professor,
ao me deixar reprovado
nas tantas provas de amor!

Eu só julgo que mereço                                          (ME Niterói 1999)
a fortuna que amealho
se ela tiver seu começo
no suor do meu trabalho!

Uma lágrima que escorre
traz mais brilho à própria face,             (5º lugar POEBRAS - SALVADOR 1999)
se a cada sonho que morre
há um novo sonho que nasce!

Uma lágrima que escorre
traz mais brilho à própria face,              
(Venc. Elos Clube SP 1998)
se a cada sonho que morre
há um novo sonho que nasce!

Quando as mangas arregaço
para cumprir meu dever,                  (Vencedora em Rio Novo, 1998)
se bate à porta o cansaço,
eu me recuso a atender.

Meu verso reflete a dor
de um coração solitário,
que escreve cartas de amor,       (1º lugar em Magé - 1998)
sem qualquer destinatário...

A força de uma nação
começa com a caneta...                              (Taubaté 1998)
Um a mais na educação:
um a menos na sarjeta!

Que os rumos de meus irmãos                 (concurso UBT São Paulo 1997)
não se percam nas estradas
e as vias de duas mãos
sejam vias de mãos dadas!

As graças que sempre faço
têm o poder de encobrir                    (5º lugar Friburgo 1997)
a tristeza que o palhaço
faz de conta não sentir...

Meu caminho é tão confuso,
que muitas vezes me sinto                                    (Pouso Alegre 1997)
como se fosse um intruso
vagando num labirinto...

Jamais aceite um convite
para o amor, em tempo errado.
Desperta mais apetite
o prato mais esperado!

Ao ver a praça... o coreto...
lembro você ao meu lado,
e o meu mundo branco em preto
ganha as cores do passado!

O desejo, por instinto,
e a carícia, por encanto,
vêm criar o amor que eu sinto
e inspirar o amor que eu canto!

Quem dera a justiça cega
pudesse ver, tão somente,
a falsa prova que entrega
e condena um inocente!

TROVAS HUMORÍSTICAS

Ao ver a jóia de Alice,
a amiga pergunta a esmo:
– É diamante? - E a outra ri-se:
– Não, é do marido, mesmo!

Contra a vontade do amado,
nada faça... e se conforme.
Dizia o velho ditado:
"Quando um não quer... o outro dorme".

Casamento traz enganos,                  (co-vencedora em Bandeirantes/PR - 2012)
pois seu muso inspirador
pode virar, depois de anos,
o seu museu roncador!

Teve um chilique tão forte
que logo tomou vacina,
e se mandou para o Norte                                 (Bandeirantes, 2009)
temendo a gripe sulina...

Pra cortar alho e limão
sem misturar azedumes,                     (Menção Especial Porto Alegre, 2001)
eu lanço, em primeira mão,
a faca de dois legumes!

 
Para o furacão filmar, (Venc. Bandeirantes 1999)
a TV saiu-se bem:
a matéria foi ao ar
e o repórter foi também!

Os cobradores levados
aos males e às tentações,                                        (Sete Lagoas 1998)
tentam pagar os pecados
em suaves prestações!

Alerta a todo machista:
nova era se avizinha...
Será uma grande conquista
ver os homens na cozinha!

Não há bicho que não deixe                  (3º lugar Ribeirão Preto 1997)
suas marcas na Julinha:
no pé tem olho de peixe;
no olho, tem pé de galinha!

Austero,na Academia,
mas eis que a musa chegou,         (10º lugar em Ribeirão Preto - 1997)
e, num passe de magia,
até o fardão levantou!

Solteira por convicção  
só quero um "galho" inconstante:
quem gosta de amarração
é corda,fita e barbante!