Vanda Fagundes Queiroz

      VANDA FAGUNDES QUEIROZ, filha de D. Maria e Seo Aristides, veio ao mundo a 20 de novembro de 1938.   Natural de Minas Gerais e radicada há muitos anos em Curitiba, com seu marido, o dentista Geraldo, com quem viveu (e vive um amor de vida inteira), conforme o emocionante relato de seu romance "Uma Luz no Caminho", de 286 páginas, lançado em abril de 2004.
       Professora, poetisa/trovadora. Pertence a uma família de poetas.  Além de "Uma Luz no Caminho", lançou ainda "Trajetória" (poesia), "Descortinando" (poesia), "Conversa Calada" (poesia clássica: sonetos) e "Uma Candeia na Janela" (prosa)

Num dos lances mais astutos
que a vida tem me inspirado,          (co-vencedora em Belém - 1986)
eu mostro os olhos enxutos
e escondo o lenço molhado...

Meu lenço, meu companheiro,         (co-vencedora em Belém - 1986)
saiba os segredos guardar.
Além do meu travesseiro,
só você me viu chorar...

Enquanto, amor, tu demoras
e eu vou somando ansiedade,
a travessia das horas
é calculada em saudade.

Sou vaso, às vezes quebrado...        (co-vencedora em Bauru - 2010)
mas, cada vez, Deus permite
que eu volte a ser restaurado,
com Seu amor sem limite!

A criança tem mania,
quer ser grande, sem saber
que, na dura travessia,
dói tanto a gente crescer!

No meu Livro da Lembrança,
ainda sem conclusão,
saudade é aquela esperança
que compôs a introdução...

Quem crê não teme o fracasso
e nunca segue sozinho,
pois, quando quer dar um passo,
Deus já prepara o caminho.

O pinheiro nas encostas,                      (Venc. Ponta Grossa - 1986)
galhos erguidos ao léu,
lembra um homem de mãos postas,
em silencio, olhando o céu.

Caso a sobremesa fosse
escassa, a mamãe mentia:
- Tomem! Não gosto de doce...
e, docemente, sorria.

Contraste se manifesta,
a razao seja qual for:
- nem sempre o riso é de festa,
nem sempre o pranto é de dor.

Que imenso mundo se esconde
na pena de intenso brilho
que torna em sábio Visconde
um sabuguinho de milho...

Velha torre escura, ao longe...
O seu perfil me insinua
a idéia de um velho monge
tomando conta da lua.

Minha “metade formiga”
afinal já nem se espanta,
e acostumou-se à cantiga
que a “outra metade” canta.

Maior prêmio, no decurso
da vida de um trovador,
bem mais que ganhar concurso,
é erguer o troféu do amor!

A minha alma adolescente,
de braços dados com a vida,
parece nem ser parente
desta face envelhecida.

Somos heróis, sem medalhas,
vencendo com valentia
as anônimas batalhas
na luta de cada dia.

Eu sempre lutei sentindo,
nesta arena em que se vive,
a mão de Deus dirigindo
cada conquista que eu tive.

 

HUMORÍSTICAS

Na fantasia que usava,
de "Brasil", no Carnaval,
volta e meia ela mostrava.....         (MH Nova Friburgo 1990)
o "distrito federal".