Cezar Augusto Defilippo - "Zé Gute"

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CEZAR AUGUSTO DEFILIPPO é advogado, jornalista e radialista/apresentador sertanejo com alcunha de Zé Gute. Filho de Paschoal Defilippo e de Antônia Muros, nasceu no dia 7 de agosto de 1955. Casado há 38 anos com Luci Ribeiro Lavorato, tendo duas filhas hoje casadas, Clarice e a mais velha, Júlia que lhe deu a neta Mariah. Estabeleceu-se em Astolfo Dutra-MG, sua terra natal, depois de 25 anos trabalhando como bancário nas cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e finalmente Juiz de Fora-MG, onde morou por 16 anos e ingressou na UBT em 1987, sempre atuante.
Escreve poesias desde a adolescência, dom que herdou com demais irmãos do pai italiano. Com prêmios também fora do país, lançou vários livretos de poesias e cordel e tem suas produções literárias publicadas em diversos jornais, revistas e livros de coletâneas. Alguns poemas musicados e gravados e suas trovas já foram utilizadas em anúncio de TV e encarte de uma grande rede de supermercado.  Delegado da UBT em sua pequena cidade, sempre dando seus préstimos à Prefeitura Local exercendo atualmente o cargo de Secretario de Cultura/Esporte, Lazer e Turismo, se sente orgulhoso de ter revelado talentos como seu conterrâneo, José Almir Loures.
 
 
Luar, viola e sertão                 (CIB - Juiz de Fora)
nos mostram com harmonia
como a própria solidão
precisa de companhia...

 

Roça... Saudade tem asas...                (Venc. Caicó-RN)
Lembro a mãe  - que Deus a tenha -
seu sopro, atiçando as brasas
do velho fogão à lenha...
 
Na palhoça, o sol sutil,              (M.E. Niterói)
ante o abandono na rede,
vai trincando o teu perfil
no reboco da parede...

Raízes... braços em coma                   (Venc.Cariacica-ES)
no mangue que já morreu,
buscam no barro o bioma
que o homem não protegeu.

Nos meus momentos inquietos     (Venc. C. Goytacases-RJ)
pelos desgastes da lida,
tenho a doçura dos netos
tirando o amargo da vida...

Ausente dos teus abraços,      (M.E Niterói-RJ 1997)
a dor do adeus se faz tanta,
que o nó desfeito dos laços
ficou preso na garganta!...

Leitura bem decifrada,           (M.E. N.Friburgo-RJ)
ciúme é momento mudo...
Voz e gestos não são nada
quando os olhos dizem tudo!

Circo pobre, elenco escasso,  (Venc. Rio Novo-MG)
e o dono, maior artista,
troca a roupa de palhaço
e volta, de trapezista.

 
Por força das emoções     (Venc. São Paulo 1994)
eu te abraço de tal jeito
que sinto os dois corações,
batendo em nós, num só peito...
 
– Volto já! Ouço calada,        (M.E. Pindamonhagaba-SP)
teu amor é meu castigo,
e eu me apego à madrugada,
que espera a manhã comigo.
 
Em fila, ao vento, caídas,                   (Venc. Natal-RN)
dá, num vai e vem, a impressão,
que folhas secas, unidas,
dançam balé pelo chão...
 
Não seja precipitado,                  (M.E. Barra do Piraí)
torne o tempo bem vivido,
mais vale um antes pensado
que um depois arrependido...
 
O meu ontem foi mentira...          (M.H. Barra do Piraí)   
Falsos sonhos... glória vã...
Mas meu fracasso não tira
a esperança do amanhã.
 
Muita gente sofre e chora       (Venc. São Paulo-SP)
porque trocou sem receio
toda certeza do agora
por um depois que não veio.
 
 Na boemia, no abandono,      (M.E. – Fortaleza)
de tanta dor eu suspeito
que até saudade sem dono
faz morada no meu peito.
 
Canoeiro chora ao marco       (M.E. Barra do Piraí)
da seca, drama do estio,
ao ver carcaças do barco
no leito seco do rio...
 
Na ingratidão que és capaz           (Venc . -  Natal-RN)
tua conduta me diz:
- não passo de um “tanto faz”
para alguém que eu tanto fiz...
 
É o povo que sofre o efeito       (M.E. -  S.J. Campos)
quando do poder advém
excesso de desrespeito
e crise de homens de bem.
 
Lanço a bomba do meu sonho,     (Venc. - Bahia)
ogiva de paz e amor,
e o cogumelo medonho
ganha formato de flor.
 
Serve de exemplo na história     (M.E – Natal-RN)
com grandeza habitual,
quem ao fracasso ou vitória
mantém a conduta igual!
 
Sozinho, meu caminhar,           (M.H. - Rio Novo-MG)
mostra a razão mais sincera
se vivo sem regressar
é porque ninguém me espera.
 
Sofre o revés mais que justo            (ME-Juiz de Fora)
quem da ambição não se esquece
ao tentar a todo custo
conquistas que não merece.
 
Ao ver-te mãe, insegura,             (Venc. - Bahia)
percebo em meio à pobreza
que o teu olhar de ternura
tem muito mais de tristeza.
 
Ofendo... Tu te magoas,       (M.H. – Barra do Piraí)
mas por força da paixão,
eu bem sei que me perdoas
sem que eu te peça perdão.

 

Algumas Humorísticas:

Tendo a plástica da Estela              (Venc. - Nova Friburgo 1991)
pele "daquele lugar",
vira e mexe a cara dela
tem vontade de sentar.

- Com outro!  Venha flagrar                 (M. H.  - N.Friburgo 1994)
a sua esposa, agarrada!
E o marido, ao constatar:
- Ora!  É o mesmo. Que outro nada!
 
 Varrer o pé dá azar,               (M.E. - N.Friburgo)
solteira, por precaução,
sonhando ainda em casar
só passa pano no chão.
 
Sou bonito, feito artista!         (M.E. – Magé)
Diz gabando o Serafim.
E a esposa muito sadista:
- de cinema, o Rin Tin Tin.