A Cidade da Trova!

Texto se Sérgio Ferreira da Silva, "Magnífico Trovador em Nova Friburgo"

A CIDADE DA TROVA

     Imagine um lugar de clima aprazível,... com um ótimo ar para respirar,... com montanhas ao seu redor... e muito verde. Imaginou? Pois bem: imagine, agora, que neste lugar, uma cidade do Rio de Janeiro, o povo seja vocacionado para receber muito bem os visitantes. Volte no tempo uns 50 anos e imagine que uma dupla de poetas de destaque no cenário nacional, dedicados a compor trovas que encantavam todo o Brasil, nos idos de 1959, portanto, se encantassem com a cidade. Um deles era Gilson de Castro (dentista por profissão e trovador em tempo integral), que adotara o nome artístico de Luiz Otávio. O outro, J. G. de Araújo Jorge, um dos poetas mais populares de sua época.

      Esses dois pioneiros, assim como o semeador da parábola cristã, encontraram, naquela bonita cidade, no início da efervescência cultural dos anos 60, solo fértil para lançar a semente do Movimento Trovadoresco Brasileiro (poetas locais, que no futuro alcançariam reconhecimento nacional, como Rodolpho Abbud, autoridades, comerciantes, e tantos mais quantos quisessem participar do congraçamento cultural)...

             Estavam criados os I Jogos Florais de Nova Friburgo! De lá para cá, já se realizaram 49 certames, ininterruptamente! Em 2004, 45 anos depois daquele longínquo 1960, aprovou-se uma Lei Municipal adotando o título de CIDADE DA TROVA para Nova Friburgo, cidade da região serrana do Estado do Rio de Janeiro.

     Vou transcrever abaixo algumas trovas de trovadores friburguenses e você poderá concluir se o título é, ou não, merecido.

Seria o mundo perfeito,
se os sonhos fossem seus reis,
com o Amor tendo o direito
de ditar todas as Leis!
(Rodolpho Abbud)

De dia me dar as costas
e à noite ficar comigo:
se estas são tuas propostas,
Saudade, aceito o castigo.
(Sérgio Ferraz dos Santos)

O nosso beijo envolvente,
na rotina que amanhece,
é o apelo mais urgente
para que a noite se apresse!
(Elisabeth Souza Cruz)

Tantos guris erradios,
na rua, cheirando cola...
E tantos bancos vazios
cheirando a mofo, na escola!!!
(Joaquim Carlos)

Tentando explicar fracassos,
o nosso mundo anda cheio
de quem erra e cruza os braços,
jogando a culpa no alheio!...
(Cyrléa Neves)

“Perdão” propões ao voltar
e, por mais que isto me doa,
meu corpo quer perdoar
mas minha alma não perdoa.
(Nádia Huguenin – na saudade)

Quando o Sol se põe no ocaso...
Quando os sonhos silenciam...
minha alma voa ao acaso
rumo aos longes que se ampliam...
(Maria Lua)

A sua ajuda me intriga
e até me faz refletir,
quando estende a mão amiga,
sem que eu precise pedir!...
(Clenir Neves Ribeiro)

 

          Nossa coleção de Trovas está ficando consistente! Um Abraço!