ADHERBAL DE CARVALHO, filho do advogado José Alves Pereira de Carvalho, foi um romancista, crítico literário, jurista, ensaísta, professor, tradutor e poeta brasileiro. Nascido em Niterói no dia 03 de maio de 1872 (alguns apontam como sendo 1869).
Autor de duas dezenas de obras importantes, tais como: A Fisiologia do Direito, O Naturalismo no Brasil, A Noiva, Versos de um Diletante. Seu primeiro livro foi Retórica e Poética. Faleceu em 1915. Trovas extraídas do livro "Trovadores do Brasil", volume III, de Aparício Fernandes, 1970.
Tuas mãozinhas de neve
são, meu Deus, tão delicadas,
que a gente as toca de leve,
com medo de as ver quebradas!
Teu olhar vivo, solerte,
possui uma luz tão forte,
que ao maior incréu converte,
mesmo na hora da morte!
És borboleta entre as flores,
adejando sobre os prados,
menina dos meus amores,
senhora dos meus ecados!
Da lua sob os clarões,
os leques destas palmeiras
parecem caudas faceiras
de agigantados pavões!
Quem tem olhos de turquesa
e tem cabelos dourados,
há de atrair, com certeza,
legiões de apaixonados!
Dizes que és livre e, no entanto,
afirmo não ser verdade,
pois que nem riso nem prato
conhecem a liberdade.
Não se liberta o suicida
pondo termo em sua sorte,
pois que o problema da vida
é o problema da morte!
À noite tem o sereno,
que é o verdugo da flor.
E o próprio espaço é pequeno
para conter nosso amor!
Tens sob as pestanas pretas
uns olhos que dão trabalho:
são como duas violetas
umedecidas de orvalho.