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A TROVA É DO BEM - editorial do Trovia de outubro / 2002
A UBT Pouso Alegre fez recentemente uma coleta nacional de trovas do bem. Deve ter chegado lá um número muito grande de belas trovas, porquanto esse é um gênero literário que tem como vocação natural a valorização do bem. Poesia brotada do coração, a trova não se dá bem com masoquismo nem com sadismo nem com pessimismo nem com nenhum outro tipo de desarranjo psicológico. Ela quer fazer sonhar, quer fazer pensar, quer fazer sorrir, mas “sem jamais perder a ternura”. Não cabe na trova nenhuma forma de preconceito, discriminação, grosseria alguma. Pode-se até usá-la, em alguns casos, como instrumento de protesto ou de crítica social, mas sem cair na vulgaridade, sem ofender ninguém. A trova é um modo fino de dizer as coisas. Ela é inteligente, sutil, profunda na sua simplicidade. Não tem necessidade de agredir quem ou o que quer que seja. Quando lírica, sem ser piegas, ela quer ser a manifestação da sensibilidade. Quando filosófica, sem ser arrogante, ela quer ser a expressão do pensamento. Quando humorística, sem ser desrespeitosa, ela quer ser mensageira da alegria, quer brincar sem machucar. A trova é doce, é fraterna, é sábia, é bem-humorada, é alto-astral.
A trova é do bem. Foi assim que ela nasceu na alma bonita do povo, e é assim que precisa continuar sendo, a fim de bem cumprir a parte que lhe toca na construção de um mundo mais ameno.