ERMÍRIO BARRETO COUTINHO DA SILVEIRA ou, simplesmente, Barreto Coutinho, nasceu em Limoeiro/PE no dia 30 de junho de 1893. Era médico, formado pela Faculdade do Rio de Janeiro e radicou-se, mais tarde, em Curitiba. Notabilizou-se pela trova "Eu vi minha mãe rezando...". Suas memórias foram registradas em "Um Médico de Saúde". Faleceu em 31 de agosto de 1976.
Eu vi minha mãe rezando
aos pés da Virgem Maria:
era uma santa escutando
o que outra santa dizia!
Destino é força que esmaga,
credor austero, tremendo;
manda a conta e a gente paga, (3º Juiz de Fora 1964)
sem saber que está devendo...
Perto, sóis, ao longe, estrelas,
as mães não nos deixam sós:
se vivas, moramos nelas;
se mortas, vivem em nós.
Quando a sorte me arremessa
às mágoas, elas têm fim,
pois minha mãe nunca cessa
de pedir a Deus por mim...
Mãe - alma querida e santa,
astro de divino brilho,
cuja luz a treva espanta
dos dissabores do filho...
Do teu olhar já notei
que até desprezo me vem...
e, apesar disso, não sei
deixar de te querer bem...
Não dês tanto desapreço
a quem tanto te quer bem!...
- Este amor que te ofereço
eu nunca dei a ninguém!
Reencarnação, quem duvida?
Verdade não há mais forte!
Quando a morte extingue a vida,
surge outra vida na morte.
Diz a cabra, dando leite
ao cabrito, o quanto pode:
- Mame, meu filho, aproveite,
enquanto não fica bode!...