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2016 – Ano do Centenário de Luiz Otávio, o Príncipe dos Trovadores
(texto de João Costa, Delegado da UBT de Saquarema/RJ)
2016, o Ano do Centenário de Luiz Otávio, o Príncipe dos Trovadores, está terminando. Confesso que tive boas expectativas quanto a este ano por sua importância comemorativa. Afinal, trata-se do centenário de nascimento de nosso Avatar Luiz Otávio, o cara que concebeu e criou todo esse movimento em torno da trova, envolvendo pessoas num mesmo ideal, fraterno e poético. Foi um cara que dedicou toda sua vida ao movimento trovadoresco, semeando a boa semente do trovismo, entregando-nos tudo mastigadinho, tudo perfeito, para darmos continuidade. Até o fim de sua vida, mesmo diante da doença que o consumiu e o tirou do combate, não deixou de dedicar suas últimas forças na construção de seu ideal. O movimento que ele criou, seguiu em frente e ultrapassou a barreira do meio século. Onde que se encontra na história da literatura um movimento literário tão bem sucedido e com tamanha duração? Mas parece-me que isso não mereceu a consideração necessária da UBT nem dos trovadores em geral. Pouco foi feito neste ano do centenário do Mestre Luiz.
Das diversas sessões da UBT espalhadas por este país, apenas quatro (que eu fiquei sabendo) tiveram a dignidade de, pelo menos, homenagear o Príncipe no seu centenário, através de seus concursos: Santos, Rio de Janeiro, Nova Friburgo e São Paulo. E a Delegacia de Saquarema, que também procurou promover um concurso de trovas em homenagem ao nosso Luiz Otávio. Foram homenagens singelas, mas foram válidas por, pelo menos, lembrarem do acontecimento. Quanto à UBT nacional, limitou-se a lançar o segundo volume do livro “Meus Irmãos, os Trovadores”, o que considero simplesmente comemorativo aos 60 anos do lançamento do primeiro, elaborado por Luiz Otávio. Poderia ter feito mais. Poderia ter celebrado mais o Centenário do Príncipe.
A UBT poderia ter criado uma medalha comemorativa para homenagens especiais. Poderia ter criado uma homenagem especial para outorgar às sessões e delegacias por seus trabalhos pela trova, pela dedicação e empenho ao movimento, superando dificuldades diversas. Poderia ter promovido um grande concurso nacional de trovas em homenagem ao centenário. E outras tantas coisas mais. E poderia, inclusive, relançar pelo menos um livro de trovas de Luiz Otávio. Era só ver com a Carolina Ramos que ela, com certeza e com muita boa vontade, colaboraria para o projeto. Até mesmo um selo dos Correios poderia ter sido feito nesse sentido. Mas, infelizmente, o ano passou e nada disso aconteceu. Uma pena que o trabalho do Magnífico Trovador Luiz Otávio não tenha merecido o devido reconhecimento no ano do seu centenário. Mas, como temos ainda alguns dias para o encerramento do ano, de repente pode acontecer alguma coisa para fechar a comemoração. E que bom se fosse mesmo com chave de ouro.
De minha parte, me considero com a consciência em paz, pois prestei minha homenagem, singelíssima, mas de todo o coração e com o respeito que considero justo e merecido ao Príncipe. Promovi um concurso nacional de trovas, mesmo com todos os problemas econômicos vividos neste ano, premiando trovadores de diversos lugares do país. Nossa festinha foi humilde, mas sincera e emocionante, mesmo não contando com a maioria dos premiados, que tiveram suas razões para não comparecer. Mas a presença de pessoas maravilhosas, como a trovadora Élbea Priscila e seu marido Rubens, de Caçapava-SP; do amigo da trova, Jorge Plácido, representando Nova Friburgo; da Acadêmica Neide Barros Rêgo, personalidade de peso na literatura nacional, de Niterói, mais os amigos e colaboradores daqui mesmo do município, dignificaram e enriqueceram o evento. Me senti gratificadíssimo.
Prestei também minha homenagem a Luiz Otávio através do meu livro “Nova Friburgo em Prosa e Verso”, lançado nos Jogos Florais de Nova Friburgo deste ano. Acho que foi uma homenagem do agrado do homenageado, pois foi através do que ele mais amou em sua vida: a trova e Nova Friburgo. As trovas em homenagem a Nova Friburgo, com algumas belamente ilustradas pelas fotos maravilhosas do notável fotógrafo Jorge Plácido, mais os textos sobre diversos assuntos envolvendo Friburgo, a trova e os trovadores e a homenagem expressamente dedicada a ele, demonstraram meu carinho e meu reconhecimento ao trabalho desenvolvido por ele em prol do trovismo. Fiz a minha parte e me sinto muito feliz por ter podido realizá-la. Se cada um fizesse a sua parte, dentro de sua possibilidade e o devido talento, com certeza, mais homenagens aconteceriam e o ano do Centenário não teria sido assim tão pobre de celebrações a quem bem as merecia.
Lembrando ainda que o ano teve três comemorações importantes: O Centenário de Luz Otávio, os 60 anos do lançamento do livro “Meus Irmãos, os Trovadores” e o Cinquentenário da fundação da UBT. Três eventos fechados e importantíssimos. Foi um ano forte nesse sentido e pouco comemorado.
Mas, a vida segue. A UBT segue em seu trabalho em prol da trova. Luiz Otávio segue sempre lembrado e reverenciado. E a trova segue sempre enaltecida e brilhando no universo da poesia.
Felicidade a todos os meus Irmãos Trovadores!
Texto postado no site Falando de Trova em 08.11.2016