MARIA APARECIDA VILHENA (Cida Vilhena) é filha de José de Almeida Coutinho e Maria Lúcia Cavalcanti, nascida no dia 02 de setembro em João Pessoa, na Paraíba, onde reside. Pedagoga, além de grande aptidão para a poesia, é dona de privilegiada inspiração. Começou, mais recentemente, a trilhar os caminhos da Trova, onde tem tido a oportunidade de exercitar a modalidade e angariar amizades por todo o Brasil.
Sem vida, sem cores, morto,
o amor em extrema-unção;
mas sendo um pouso, meu porto:
eu quero a ressurreição.
Julguei-o frio, entretanto,
um soluço o denunciou;
abracei aquele pranto
que o homem forte chorou.
Será mesmo que a emoção
é o que põe tudo a perder?
Prefiro o sol da paixão
do que o gelo do esquecer.
Antes fosse incêndio...fogo,
pois teu gelo me atormenta:
me impede de abrir o jogo
e minha alma não aguenta.
Qualquer mudança é custosa
nos causa medo e transtorno;
é que a incerteza teimosa
não quer saber de suborno.
Não posso mais recolher
o que perdi no caminho;
mas se alguém me suceder
vai tropeçar em carinho.
Sentir amor? Primitivo.
Amar alguém? Derivado.
Confessar - demonstrativo;
encontro - amor conjugado.
Tudo que é indestrutível,
é melhor ser reciclado;
por isso o homem sensível,
deve ser re-utilizado.
Não há guarda no portão,
nenhum trinco ou cadeado;
mas não me faça invasão,
só entre se for chamado
Perante teu julgamento,
sou audácia ou hipocrisia;
se eu escondo...é fingimento;
mas se confesso...é ousadia;
Tantas curvas, na subida,
tantas placas de atenção;
é que o amor, vem na descida,
desamando em contra-mão.