COM OS BURROS N'ÁGUA - José Ouverney, 20.08.2015
Trovas humorísticas fazem a festa em qualquer salão. Desopilam qualquer fígado e desfiguram qualquer protocolo. Observem, no entanto, que as referidas criações literárias têm, quase sempre, uma meia dúzia de alvos fixos que tradicionalmente viraram bonecos de Judas nas mãos (ou nas mentes) de nossos “per/versos” trovadores, tais como: a sogra – figura imbatível, a número 01; o luso, o/a vizinho/a, o “Ricardão”, os velhinhos, os gordos, etc.
Meu sonho era ver, um dia, um concurso de trovas humorísticas que contivesse, atreladas ao regulamento, as seguintes recomendações:
"OBS 1 – os trabalhos poderão ser avaliados por uma Comissão Julgadora constituída por sogras rancorosas e ávidas por vingança; ou por um grupo de beatas octogenárias; ou por pessoas ranzinzas e mal resolvidas.
OBS 2 – as avaliações também poderão ser feitas por pessoas naturais de Portugal ou por maridos e esposas vítimas de adultério.
OBS 3 – mulheres gordas, ou feias ou viúvas; homens carecas, ou impotentes, ou bêbados de um modo geral, e ainda secretárias e domésticas/faxineiras também poderão ser chamados a compor a bancada avaliadora. Ah, se você é daqueles ou daquelas que costumam pegar o vizinho ou a vizinha, procure saber se as/os cônjuges correspondentes não estão também na mesa dos trabalhos.
OBS 4 – Criaturas que costumam ver plágio em quase tudo e que detestam trovas adaptadas de piadas também estão sendo cogitadas e poderão dar o parecer sobre os trabalhos mais votados.”
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Até que, um dia, não resisti e lancei um concurso nos moldes acima.
CONCLUSÃO: não recebi nenhuma participação. Que coisa, não!