LAURO DE AZEVEDO ROLIM morou em Niterói e em Rio Bonito mas nasceu mesmo foi na pequena Mimoso do Sul, no Espírito Santo, em 15/05/1898, filho de Antônio Rolim e de Maria Izabel Nunes de Azevedo. Foi presidente da Associação Brasileira de Escritores em Niterói. Deixou "Pelos Caminhos do Brasil" e mais alguns livros publicados. Seu filho, Gilson Rangel Rolim, também da Academia Niteroiense de Letras, também incursiona, de quando em vez, pelo terreno da Trova. Lauro faleceu em Rio Bonito-RJ, a 05/02/1974.
Nunca vi riqueza honesta,
nem mesmo sendo oportuna.
- Há sempre ação desonesta
no pedestal da fortuna!
Seria a vida um inferno
e a humanidade um horror,
se ao mundo, em seu giro eterno, (Nova Friburgo - 1960)
faltasse o impulso do amor.
Maior que o amor mais fecundo (Nova Friburgo - 1960)
poder na Terra não há.
Retire-se o amor do mundo
e o mundo estacionará!
Mar convulso, mar sereno, (Niterói - 1964)
mar de mistério e beleza!
Como me sinto pequeno
em face à tua grandeza!
Mãe! Que é da rima sublime
para este nome invulgar?
- nenhum vocábulo exprime
sua grandeza sem par!
Poeta jamais eu fora
- permita-me a confissão! -
sem a luz inspiradora
da tua meiga afeição.
Bela manhã! Que beleza
vai pelos campos e a serra!
- Dir-se-ia que a Natureza
deu roupas novas à Terra.
Que fora da Humanidade,
do mundo no borborinho,
se lhe faltasse a bondade,
se lhe faltasse o carinho?
Hei de dizer toda vida,
e nada direi de novo:
Trabalho é força incontida
nas grandes lutas de um povo!
Da vida, na incerta estrada,
muita coisa há singular:
- quanta vez uma topada
nos ajuda a caminhar...
Da vida a cruz que te pesa
não queiras trocar jamais,
que as dos outros, com certeza,
pesam sempre muito mais!
Do mal a atração repila,
fuja do vício à maldade!
Só a consciência tranqüila
pode dar felicidade!
Dos homens a espécie é farta
em contrastes e falsetas:
combatem sempre a lagarta,
mas... adoram borboletas!...