Delcy Rodrigues Canalles

     DELCY RODRIGUES CANALLES, a "trovadora-pescadora", nasceu em um 16 de maio de 1931 em Herval/RS, com domicílio em Porto Alegre. Formou-se em Pedagogia e Didática, e Ciências Políticas e Sociais. Um dos grandes nomes da trova sul-riograndense. Grande "pescadora" : de peixes e de versos.

PESCARIA I
No imenso mar de ternura        (Menção Honrosa em Cruz Alta/RS - 1989)
eu fiz pescarias novas:
cheguei a pescar ventura
com meu caniço de trovas.

PESCARIA II
Jogo redes de ternura
e, na espera, então me ponho...     (Vencedora em Cruz Alta/RS - 1989)
Pesco peixes de ventura
no lago verde do sonho!
PESCARIA III
Nesta penumbra doída,
neste mar de densas águas,          (co-vencedora em Porto Alegre -1991)
joguei a linha da vida
e pesquei somente mágoas!

PESCARIA IV
Nos Mares da Fantasia
e, em lagos, os mais diversos,      (Vencedora em Cruz Alta/RS - 1992)
jogando a luz da poesia
pesquei cardumes de versos!
PESCARIA V

Em meus sonhos de criança,           (Vencedora em Belém)
desejei pescar a Lua
e pus anzóis de esperança
nas poças d'água da rua!

PESCARIA VI
Pelos mares do Infinito,
jogo anzóis e redes novas             (M. Honrosa São João da Boa Vista – 1993)
e, no meu sonho bonito,
pesco cardumes de trovas!

PESCARIA VII
Uma estranha pescaria
foi minha maior conquista:           (Menção Especial em Araras/SP - 1993)
pesquei sonhos e poesia
com meu caniço intimista!

PESCARIA VIII
Para pescar a ventura,                 (Menção Especial em Cruz Alta/RS - 1994)
enfrentei um desafio:
joguei iscas de ternura
nas águas claras do rio!

PESCARIA IX
Pesquei cardumes de mágoas
nos mares da nostalgia
e vi que o espelho das águas
minha angústia refletia!

PESCARIA X
Fiz estranha pescaria
na ilha dos meus Desejos,           (14º lugar em Natal/RN - 2012)
pois com anzóis de poesia
pesquei milhares de beijos!

PESCARIA XI
Na Ilha da Fantasia,
joguei meus sonhos diversos        (11º lugar Natal/RN – 2012)
e, em bonita pescaria,
pesquei cardumes de versos!

PESCARIA XII
Para pescar as estrelas,
no espaço azul do universo,          (M. Honrosa em San Antonio - Texas/USA - 2012)
neste Natal, para tê-las,
eu jogo o anzol do meu verso!

Cavalgando o "Minuano"
eu sigo em frente, risonho...
Sou tropeirista aragano
que monta o vento do sonho.

Cem vezes tu repetiste
que me amavas loucamente...
Cem vezes tu me mentiste
e cem vezes eu fui crente!

Em vez do vício, a virtude
e... da revolta, a harmonia...
Quisera que a Juventude
se drogasse de poesia!

Ó, velhice, eu que temia
que chegasses, de repente,             (co-vencedora em Guaxupé/MG - 1998)
vivo em tua companhia,
sem notar que estás presente!

Não me deixem isolado
entre os livros de uma estante,
eu quero ser manuseado,
relido e passado adiante!

Nada há melhor que a leitura,
que nos leva a viajar,
e propicia a ventura
de ir a qualquer lugar!

A renúncia é uma virtude
que, em verdade, purifica;
tão rara, na Juventude
e, na Velhice, tão rica!

A mensagem foi pequena:
- Não me esperes, por favor!
Não chorei. Não vale a pena
chorar por um falso amor!